Resenha do livro: Nosferatu de Joe Hill

quinta-feira, 26 de março de 2015




                    Título original: NOS4A2
                    Editora Arqueiro
                    Literatura estrangeira/Horror
                    Número de páginas: 624


Sinopse: Victoria McQueen tem um misterioso dom: por meio de uma ponte no bosque perto de sua casa, ela consegue chegar de bicicleta a qualquer lugar no mundo e encontrar coisas perdidas. Vic mantém segredo sobre essa sua estranha capacidade, pois sabe que ninguém acreditaria. Ela própria não entende muito bem. Charles Talent Manx também tem um dom especial. Seu Rolls-Royce lhe permite levar crianças para passear por vias ocultas que conduzem a um tenebroso parque de diversões: a Terra do Natal. A viagem pela autoestrada da perversa imaginação de Charlie transforma seus preciosos passageiros, deixando-os tão aterrorizantes quanto seu aparente benfeitor. E chega então o dia em que Vic sai atrás de encrenca... e acaba encontrando Charlie. Mas isso faz muito tempo e Vic, a única criança que já conseguiu escapar, agora é uma adulta que tenta desesperadamente esquecer o que passou. Porém, Charlie Manx só vai descansar quando tiver conseguido se vingar. E ele está atrás de algo muito especial para Vic. Perturbador, fascinante e repleto de reviravoltas carregadas de emoção, a obra-prima fantasmagórica e cruelmente brincalhona de Hill é uma viagem alucinante ao mundo do terror.


Comecei a ler Nosferatu à noite e estava morrendo de medo porque tinha ouvido muitos comentários que diziam que o livro era apavorante. Eu gosto de terror tanto em livros como em filmes, porém eu me assusto fácil e fico impressionada hahaha. Eu enfrento esse meu medo e por isso me aventurei nesse livro de 614 páginas (uffffaaaaa). Para a minha surpresa, eu o li tranquilamente  durante à noite e não fiquei com medo, então se você tem receio de livro de terror, pode ler esse que é muito bom.

Esse é o terceiro livro que leio do autor. O primeiro foi "Fantasmas do século XX", uma coletânea de contos que achei bem interessante e o segundo foi "A estrada da noite" que é fantástico e tem resenha no blog. Joe Hill é filho de Stephen King e sabe como ninguém escrever livro de horror e de terror. Nosferatu traz um mundo perturbador e estranho, onde objetos ou locais te levam a lugares da sua imaginação que você preferiria não conhecer.

A história é sobre Victoria McQueen, uma garota que convive com pais que brigam toda hora. Sua única diversão é andar de bicicleta, até que um dia ela descobre que através de uma antiga ponte que foi demolida anteriormente e só existe na sua imaginação, ela pode estar em qualquer lugar do mundo a poucos segundos para achar coisas perdidas. Vic não entende muito bem esse fenômeno, enquanto ela vai fazendo essas estranhas viagens durante sua infância. 

Durante uma viagem, ela acaba descobrindo a casa de Charles Talent Manx, um homem que também tem um dom parecido com o seu. Através de sua Rolls-Royce, ele leva crianças para uma viagem sem volta para o horripilante parque de diversões: Terra do Natal. A viagem segue por uma estrada em sua imaginação que transforma seus passageiros em criaturas sem sentimentos e dentes afiados até a garganta. Ele rouba crianças para levá-las ao seu parque e por pouco ela não vira uma de suas vítimas. Ela é a primeira criança que se salva de Charlie, mas ele ainda vai querer completar sua vingança.

"Um sibilo ecoou na linha, como se a ligação estivesse vindo de muito longe. Ao fundo, Vic pôde ouvir um coro de natal, o som de vozes melodiosas infantis. Estava um pouco cedo para isso: ainda eram meados de novembro. - Hum - disse um menino do outro lado. - Alô? Pois não? - Hum. É. Meu nome é Brad. Brad McCauley. Estou ligando da Terra do Natal. Ela reconheceu o nome, mas no ínicio não conseguiu situá-lo. - Brad - repetiu. - Posso ajudar? De onde você disse que estava ligando? - Da Terra do Natal, sua boba. Você sabe quem eu sou. Eu estava dentro do carro. Na casa do Sr. Manx. Você lembra... a gente se divertiu. Ela sentiu o peito gelar; foi difícil respirar." pág 183

A adolescência de Vic é muito conturbada e durante o livro vamos acompanhando sua vida difícil e estressante. A separação dos pais e a relação complicada com sua mãe a transformam nunca garota dura e rebelde. Depois que ela se encontra com Charlie e passa por aquele trauma, nunca mais quis encontrar a ponte e por um tempo, ela própria acha que tudo não passou de imaginação, porém o que ela não sabe é que Charlie voltou para acertar suas contas com ela e quer levar seu bem mais precioso: seu filho.

Vic se juntou com o Lou, rapaz que a salvou daquele fatídico dia e teve seu filho Wayne. Depois de um tempo ela começa a receber ligações das crianças de Charlie e fica apavorada. Como as pessoas acham que ela é louca, a internam e ela fica um bom tempo separada de Lou e Wayne. Depois de alguns anos, eles tentam se reaproximar novamente, até que Charlie aparece e sequestra Wayne. Só Vic sabe o único modo de salvá-lo então ela tem que achar a ponte e ir atrás do Royce-Rolls, o problema é que a polícia não acredita nela.

A trama é muito bem trabalhada, criativa, assustadora e chocante. Achei a história muito original e os personagens são bem marcantes. Vic apesar de sua fragilidade mental e com seu histórico sofrido, é uma mulher que não tem medo de enfrentar seu passado para salvar seu filho. Lou é um pai amoroso e vai fazer de tudo para proteger sua família. Charlie é um maníaco doente que dá medo na maioria das situações, mas em outras sentimos pena porque ele acredita verdadeiramente que pratica ações boas. O assistente de Charlie, Bing, é cruel e assustador. 

A narrativa está em terceira pessoa é bem fácil de acompanhar e fluida. As páginas são amareladas e a diagramação é trabalhada com figuras nos inícios de cada bloco e no fim do livro. Apesar de ser um livro bem grosso, a leitura é rápida e envolvente. Fiquei triste com o final, mas entendi o que o autor quis passar. Ficamos pensando no livro depois de muito tempo que o lemos. Adorei o livro e com certeza irei ler os outros livros do autor.


Curiosidade: Nosferatu quer dizer vampiro. Charlie Manx é um vampiro diferente que suga a alma das crianças.

2 comentários:

  1. Olá Joyce
    Me identifiquei com você logo no inicio da sua resenha. Sou muito impressionável e livros de terror tenho que ler a luz do dia...kkkk! No caso de Nosferatu só o leria em pleno sol rachante...rs!
    Isso me lembrou o livro "Prisioneiros do Inverno" não sei se você conhece, mas é aterrorizante e claro levei dias para termina de lê-lo não por que o livro não era bom, mas era terrivelmente assustador...! Dá uma lidinha lá no meu blog...acho que você vai gostar.
    Parabéns pela resenha.

    htp://livrosrocknrolleoutrosvicios.com.br

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    Respostas
    1. Oi Andrea,
      Pode ler tranquila kkkkk
      Só algumas partes que são mais assustadoras.
      Não conheço, vou procurar!
      Obrigada
      bjs

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