Título
original: Cold-Hearted Rake
Editora Arqueiro
Literatura Norte
Americana/Romance de época
Número de páginas: 319
Sinopse: “Devon Ravenel, o libertino mais maliciosamente charmoso de Londres, acabou de herdar um condado. Só que a nova posição de poder traz muitas responsabilidades indesejadas – e algumas surpresas. A propriedade está afundada em dívidas e as três inocentes irmãs mais novas do antigo conde ainda estão ocupando a casa. Junto com elas vive Kathleen, a bela e jovem viúva, dona de uma inteligência e uma determinação que só se comparam às do próprio Devon. Assim que o conhece, Kathleen percebe que não deve confiar em um cafajeste como ele. Mas a ardente atração que logo nasce entre os dois é impossível de negar. Ao perceber que está sucumbindo à sedução habilmente orquestrada por Devon, ela se vê diante de um dilema: será que deve entregar o coração ao homem mais perigoso que já conheceu? Um sedutor sem coração inaugura a coleção Os Ravenels com uma narrativa elegante, romântica e voluptuosa que fará você prender o fôlego até o final."
Sem
dúvidas, meu gênero favorito atual é o romance de época. Melhor ainda se esse
for da Arqueiro, assinado pela linda Lisa Kleypas – que já roubou meu coração
outras vezes, com suas séries fabulosas.
Um
sedutor sem coração é o primeiro volume da Série Os Ravenels, a qual é composta
por quatro volumes. Nele, conhecemos, de uma só vez, dois irmãos Ravenels:
Devon e Weston. Ambos com temperamento “marcante” (característica da família),
libertinos, irresponsáveis e condescendentes consigo mesmos.
Nenhum
dos dois tinha mais do que uma pequena fortuna, muito bem gasta com mulheres e bebidas,
segundo eles mesmos, e um sobrenome aparentado à aristocracia londrina. Mas
isso muda quando o primo deles, Theo – o Conde Trenear –, cai do cavalo (literalmente)
e morre, deixando para Devon o título e, com ele, todas as obrigações de um
lorde.
Obviamente,
Devon não queria nada disso, pois a responsabilidade que que o titulo lhe
traria seria mais do que ele supunha suportar. Esse seria um problema fácil de resolver,
pois bastaria apenas vender a propriedade e o título – o que seria pouco
convencional, mas quem se importava? Devon, com certeza, não.
Na
verdade, era exatamente isso que ele pretendia fazer. Ainda mais quando ficou
sabendo que, além do título, ele tinha herdado a responsabilidade sobre três
primas (irmãs de Theo) e uma jovem viúva. Para piorar, o condado tinha dívidas suficientes
para ser declarado falido e para deixar pobre qualquer tolo que tentasse saldar
os débitos.
Porém,
a determinação de Devon cedeu quando ele conhece Kathleen Trenear, viúva de
Theo. A jovem, casada por apenas três dias, não foi nem um pouco com a cara do
novo conde, pois ouviu este afirmar a West que se livraria do título e das
mulheres que o acompanhavam o mais rápido que pudesse. Para ela, Devon não
passava de um cafajeste insolente, irresponsável e, acima de tudo, covarde.
Logo
nas primeiras páginas, o casal troca farpas e os desentendimentos parecem não
ter fim. Como uma forma de afrontá-la, Devon resolve assumir todas as suas
responsabilidades e colocar ordem na casa. Ao mesmo tempo em que tentava arrumar
as coisas, buscava formas de provocar Kathleen, desdenhando de todas as regras
sociais que ela tentava obedecer – mesmo que essas fossem incoerentes, tais
como guardar anos de luto por um homem com o qual ficou casada apenas por três
dias.
A
atração entre ambos é inegável, desde as primeiras páginas percebemos que esse
será um romance regado com muitos encontros furtivos e cenas mais quentes. Porém,
nenhum dos dois estava disposto a libertar-se de suas convicções (ele, um cafajeste
sem coração, ela, uma viúva casta) para se entregarem à paixão que tomava conta
de seus corações.
“Conheço muitos fatos científicos sobre o coração humano, e um deles é que é muito mais fácil fazer um coração parar de bater em definitivo que evitar amar a pessoa errada.” (pág. 174)
Aos
poucos, as coisas parecem estar entrando nos trilhos e Trenear parece encontrar uma luz no fim do túnel. Isso
até o trem em que estava, quando viajava de volta à Hampshire, descarrilhou e
tombou. Com isso, a vida de todos saiu, mais uma vez, dos trilhos (literalmente
rsrs).
Depois
de quase morrer, Devon repensa sobre suas atitudes, afinal, a experiência de
quase morte é capaz de mudar um homem, não é mesmo? Mas será capaz de mudar também
as convenções sociais que permeiam a aristocracia londrina? Até que ponto uma
família é capaz de resistir às turbulências do destino? Eu diria que uma
família normal talvez não suportasse tanto, mas os Ravenels não são nem um
pouco normais...
Essa
é uma narrativa envolvente e muito bem construída. Nela, o mais importante talvez
não seja o final, já que ele não é nem um pouco surpreendente em se tratando de
romances de época, mas sim a forma como os personagens amadurecem no decorrer
dos acontecimentos. Para mim, a personagem mais cativante desse livro não é
nenhum dos protagonistas, mas sim Weston Ravenel. A maneira como a autora
delineou sua personalidade e como ela descreveu a evolução de caráter que ele
teve me deixou na torcida para que ele tenha um volume só dele.
Quanto
a Devon e Kathleen, acho que ambos aprenderam muito sobre a importância de repensar
certos conceitos impostos pela sociedade, pois eles podem atrapalhar nossa
felicidade. Outro ponto chave é que, às vezes, o destino pode se mostrar cruel,
mas talvez o melhor ainda esteja por vir, mas só saberemos se tivermos a
coragem de enfrentar os problemas que surgirem...
As
páginas são amarelas, a fonte é bem agradável aos olhos, a diagramação está bem
caprichada e a capa, como sempre, está linda. Para não perder o costume, termino
esse livro suspirando e ansiosa pelo próximo volume da série – ainda por ser
lançado pela Editora –, pois já tivemos um gostinho de como será o
relacionamento do próximo casal.
Recomendo!
<3
Gabriele Sachinski
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