Resenha do livro: Um sedutor sem coração de Lisa Kleypas

segunda-feira, 7 de maio de 2018



           Título original: Cold-Hearted Rake
         Editora Arqueiro
         Literatura Norte Americana/Romance de época
         Número de páginas: 319

Sinopse: “Devon Ravenel, o libertino mais maliciosamente charmoso de Londres, acabou de herdar um condado. Só que a nova posição de poder traz muitas responsabilidades indesejadas – e algumas surpresas. A propriedade está afundada em dívidas e as três inocentes irmãs mais novas do antigo conde ainda estão ocupando a casa. Junto com elas vive Kathleen, a bela e jovem viúva, dona de uma inteligência e uma determinação que só se comparam às do próprio Devon. Assim que o conhece, Kathleen percebe que não deve confiar em um cafajeste como ele. Mas a ardente atração que logo nasce entre os dois é impossível de negar. Ao perceber que está sucumbindo à sedução habilmente orquestrada por Devon, ela se vê diante de um dilema: será que deve entregar o coração ao homem mais perigoso que já conheceu? Um sedutor sem coração inaugura a coleção Os Ravenels com uma narrativa elegante, romântica e voluptuosa que fará você prender o fôlego até o final."

Sem dúvidas, meu gênero favorito atual é o romance de época. Melhor ainda se esse for da Arqueiro, assinado pela linda Lisa Kleypas – que já roubou meu coração outras vezes, com suas séries fabulosas.

Um sedutor sem coração é o primeiro volume da Série Os Ravenels, a qual é composta por quatro volumes. Nele, conhecemos, de uma só vez, dois irmãos Ravenels: Devon e Weston. Ambos com temperamento “marcante” (característica da família), libertinos, irresponsáveis e condescendentes consigo mesmos.

Nenhum dos dois tinha mais do que uma pequena fortuna, muito bem gasta com mulheres e bebidas, segundo eles mesmos, e um sobrenome aparentado à aristocracia londrina. Mas isso muda quando o primo deles, Theo – o Conde Trenear –, cai do cavalo (literalmente) e morre, deixando para Devon o título e, com ele, todas as obrigações de um lorde.

Obviamente, Devon não queria nada disso, pois a responsabilidade que que o titulo lhe traria seria mais do que ele supunha suportar. Esse seria um problema fácil de resolver, pois bastaria apenas vender a propriedade e o título – o que seria pouco convencional, mas quem se importava? Devon, com certeza, não.
Na verdade, era exatamente isso que ele pretendia fazer. Ainda mais quando ficou sabendo que, além do título, ele tinha herdado a responsabilidade sobre três primas (irmãs de Theo) e uma jovem viúva. Para piorar, o condado tinha dívidas suficientes para ser declarado falido e para deixar pobre qualquer tolo que tentasse saldar os débitos.

Porém, a determinação de Devon cedeu quando ele conhece Kathleen Trenear, viúva de Theo. A jovem, casada por apenas três dias, não foi nem um pouco com a cara do novo conde, pois ouviu este afirmar a West que se livraria do título e das mulheres que o acompanhavam o mais rápido que pudesse. Para ela, Devon não passava de um cafajeste insolente, irresponsável e, acima de tudo, covarde.

Logo nas primeiras páginas, o casal troca farpas e os desentendimentos parecem não ter fim. Como uma forma de afrontá-la, Devon resolve assumir todas as suas responsabilidades e colocar ordem na casa. Ao mesmo tempo em que tentava arrumar as coisas, buscava formas de provocar Kathleen, desdenhando de todas as regras sociais que ela tentava obedecer – mesmo que essas fossem incoerentes, tais como guardar anos de luto por um homem com o qual ficou casada apenas por três dias.

A atração entre ambos é inegável, desde as primeiras páginas percebemos que esse será um romance regado com muitos encontros furtivos e cenas mais quentes. Porém, nenhum dos dois estava disposto a libertar-se de suas convicções (ele, um cafajeste sem coração, ela, uma viúva casta) para se entregarem à paixão que tomava conta de seus corações.

“Conheço muitos fatos científicos sobre o coração humano, e um deles é que é muito mais fácil fazer um coração parar de bater em definitivo que evitar amar a pessoa errada.” (pág. 174)

Aos poucos, as coisas parecem estar entrando nos trilhos e Trenear  parece encontrar uma luz no fim do túnel. Isso até o trem em que estava, quando viajava de volta à Hampshire, descarrilhou e tombou. Com isso, a vida de todos saiu, mais uma vez, dos trilhos (literalmente rsrs).

Depois de quase morrer, Devon repensa sobre suas atitudes, afinal, a experiência de quase morte é capaz de mudar um homem, não é mesmo? Mas será capaz de mudar também as convenções sociais que permeiam a aristocracia londrina? Até que ponto uma família é capaz de resistir às turbulências do destino? Eu diria que uma família normal talvez não suportasse tanto, mas os Ravenels não são nem um pouco normais...

Essa é uma narrativa envolvente e muito bem construída. Nela, o mais importante talvez não seja o final, já que ele não é nem um pouco surpreendente em se tratando de romances de época, mas sim a forma como os personagens amadurecem no decorrer dos acontecimentos. Para mim, a personagem mais cativante desse livro não é nenhum dos protagonistas, mas sim Weston Ravenel. A maneira como a autora delineou sua personalidade e como ela descreveu a evolução de caráter que ele teve me deixou na torcida para que ele tenha um volume só dele.

Quanto a Devon e Kathleen, acho que ambos aprenderam muito sobre a importância de repensar certos conceitos impostos pela sociedade, pois eles podem atrapalhar nossa felicidade. Outro ponto chave é que, às vezes, o destino pode se mostrar cruel, mas talvez o melhor ainda esteja por vir, mas só saberemos se tivermos a coragem de enfrentar os problemas que surgirem...

As páginas são amarelas, a fonte é bem agradável aos olhos, a diagramação está bem caprichada e a capa, como sempre, está linda. Para não perder o costume, termino esse livro suspirando e ansiosa pelo próximo volume da série – ainda por ser lançado pela Editora –, pois já tivemos um gostinho de como será o relacionamento do próximo casal.

Recomendo! <3

Gabriele Sachinski

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