Séries com protagonistas femininas apaixonantes – #Parte 2

terça-feira, 30 de janeiro de 2018
Anne with an E: 1ª temporada




       Título original: Anne
       Gênero: Drama, Histórico
       Duração: 352 minutos
       Ano: 2017
              
“Depois de treze anos sofrendo no sistema de assistência social, a órfã Anne é mandada para morar com uma solteirona e seu irmão. Munida de sua imaginação e de seu intelecto, a pequena Anne vai transformar a vida de sua família adotiva e da cidade que lhe abrigou, lutando pela sua aceitação e pelo seu lugar no mundo.”

Anne with na E é uma bela série canadense, disponível na plataforma Netflix, baseada no livro Anne of Green Gables, de L. M. Montgomery, publicada em 1908. Desde os primeiros minutos da série, somos tocados pela simplicidade e pureza da jovem protagonista, tornando impossível não se emocionar com a garotinha.

Anne

Os episódios – 7 ao todo – contam a história de uma garotinha ruiva de 13 anos que foi adotada por engano por um casal de irmãos solteirões, Matthew e Marilla Couthbert, os quais solicitaram ao orfanato um garoto (para que este os ajudasse no trabalho da fazenda), mas, em uma confusão do destino, receberam uma menina em sua casa.

Matthew e Marilla Couthbert

Anne perdeu os pais quando tinha apenas 3 meses, e desde então, passou a viver em lares adotivos, sem nunca conseguir construir laços familiares em nenhuma dessas casas, já que eles a viam como uma criada e não como uma criança.

Como uma forma de escapar da triste realidade que vivia, Anne fugia para o mundo dos livros ou, quando estes faltavam, para o seu mundinho, mantido sempre vivo por sua imaginação fértil. Com sua alegria inabalável, vocabulário difícil e pureza infantil (e com muitas lágrimas, confesso), a menininha consegue conquistar os corações de seus novos pais.

Anne e Mathew

Vencida essa batalha, ela passa a lutar por ser aceita na sociedade rural onde a fazenda Green Gables é sediada – o que não será tarefa fácil, pois ela sofre bastante preconceito por ser adotada, por ser ‘feia’, ou por não filtrar o que fala...

A beleza da série está justamente no fato de a protagonista carregar a esperança característica das crianças, sentimento que, infelizmente, perdemos quando nos tornamos adultos. As descobertas que Anne faz ao longo dos episódios nos tocam porque, muitas vezes, nós também já passamos por aquilo quando mais jovens. Além disso, o fato de ela ter uma língua afiada torna a série bem divertida – o que nos faz alternar entre risos e lágrimas.

Anne na escola

O enredo também aborda temas como amizade, bullying, relações familiares, padrões de beleza, tabus sobre sexualidade e o papel da mulher na sociedade do século XIX.

Deixo aqui meu convite para assistir essa série cativante, tenho certeza que vocês a terminarão como eu: apaixonados pela garotinha e torcendo ansiosamente para que a Netflix produza logo a segunda temporada <3

Link para o trailer legendado:


Gabriele Sachinski

Resenha do livro: Trago seu Amor de Volta sem Pedir nada em Troca de Ique Carvalho

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018




           Editora Arqueiro
           Literatura brasileira / Não ficção
           Número de páginas: 240


A vida de Ique Carvalho era tranquila e parecida com a de muitos jovens de Belo Horizonte, sua cidade natal. Ele morava com os pais e os irmãos, era apaixonado pela namorada e trabalhava na agência de publicidade da qual era sócio. Suas impressões sobre o cotidiano iam para o blog The Love Code, onde podia dar vazão ao seu talento para escrever. Até que, em 2013, dois fatos fizeram tudo virar de ponta-cabeça. Na mesma semana, seu namoro teve um fim traumático e o pai recebeu o diagnóstico de uma doença degenerativa grave, que o mataria aos poucos. Sem chão e em meio a um turbilhão, foi no blog que encontrou refúgio para expressar seus sentimentos. Os textos fortes e genuínos acabaram viralizando, popularizando o site e dando a Ique milhares de fãs e seguidores. Suas palavras possuem o incrível dom de ser, ao mesmo tempo, simples e profundamente verdadeiras, traduzindo o que há de mais puro e desejável no amor. Essa mesma capacidade de causar impacto e despertar as emoções dos leitores permeia as reflexões tocantes de Trago seu amor de volta, seu aguardado segundo livro solo. Ique mais uma vez demonstra sua vocação única como cronista do amor em todas as suas expressões.


Quando estamos com uma grande ressaca literária ou não estamos dispostos a enfrentar um livro extenso, tudo o que queremos é um livro leve, com leitura rápida e com um conteúdo que nos chame a atenção. E eu estou exatamente nessa descrição rsrs.

Peguei o livro do Ique porque o título me chamou a atenção e estava curiosa para ler seus textos, pois ainda não o conhecia. Admiro os autores que conseguem tocar seus leitores com textos curtos e diretos, e principalmente quando se trata de não ficção. Falar da realidade da vida é muito mais difícil do que inventar mil e uma ficções.

Ique fala da sua realidade: O termino do seu namoro, os seus relacionamentos com garotas, amigos, família e seus pais. Seu texto é repleto de sentimentos e e de situações que vivemos no dia a dia. A simplicidade como ele trata essas relações foi o ponto chave da leitura. Ele conseguiu passar uma carga enorme de sentimentos em poucas linhas.

" Então, acredite: o amor,o amor completo,é quando você quer o outro sempre perto.Só isso." pág 18

Os textos nos tocam o coração e são escritos de forma poética. Porém não é difícil de entender, pelo contrário, o livro é escrito de uma forma bem simples e emocionante. O amor é o tema central do livro - amor de amigo, de namorados e o mais forte, entre pais e filhos. Entre seu divagações e lembranças, Ique solta muitas frases que nos marcam e nos fazem pensar.

Prepare o coração para as partes onde Ique fala de seu pai, que tem uma doença degenerativa grave. São carregadas de amor, doçura, dor e saudades. É sempre difícil pensar na partida de um ente querido, apesar de ser a única certeza da vida. E Ique consegue falar sobre sua nova realidade depois da descoberta de doença de seu pai de uma forma delicada e intensa.

O livro mostra que nunca é tarde para amar e para demostrar o amor que temos pelas pessoas. Na realidade, o amor é o único bem que importa e será o  nosso legado para as pessoas que amamos quando morrermos.

A diagramação está muito caprichada e belíssima. As folhas são grossas, amareladas, com muitos detalhes coloridos e ilustrações. A capa tem uma textura chamativa e a divisão dos textos facilita a leitura. A editora está de parabéns com o cuidado e empenho na produção do livro.

Super recomendo!


Séries com protagonistas femininas apaixonantes – #Parte 1

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
Alias Grace: 1ª temporada



            Título original: Alias Grace
           Gênero: Drama, Histórico, Suspense
           Duração: 267 minutos 
           Ano: 2017

“Grace Marks (Sarah Gadon) é uma jovem irlandesa de classe média baixa, que decide tentar a vida no Canadá. Contratada para trabalhar como empregada doméstica na casa de Thomas Kinnear (Paul Gross), ela é condenada à prisão perpétua pelo assassinato brutal do seu patrão e da governanta da casa, Nancy Montgomery (Anna Paquin). Passados 16 anos desde o encarceramento da imigrante, o Dr. Simon Jordan (Edward Holcroft) se apaixona por Grace e fará de tudo para descobrir a verdade sobre o caso.”
Se tem uma palavra que pode fazer jus a essa série é ARREBATADORA. Lançada no ano passado e disponível na Netflix, a série canadense Alias Grace é baseada no romance de Margaret Atwood chamado “Vulgo Grace”, escrito em 1996.

Baseada em fatos reais, a história se passa no ano de 1843 e narra a trajetória de vida de Grace Marks, uma jovem irlandesa, que se muda com sua família para o Canadá em busca de melhores condições de vida. Durante a viagem, a mãe morre, ficando Grace responsável por cuidar dos irmãos menores e do pai (já que era o tempo em que os homens não serviam para exatamente NADA). 

Grace com os irmãos e a mãe no navio que os levaria da Irlanda ao Canadá

Instalados em uma casa minúscula no Canadá, a jovem passa a sofrer abusos do pai, e para ajudar a sustentar os irmãos (e fugir do pai), Grace aceita trabalhar como criada em uma casa. Contudo, a realidade das empregadas nessa época não era muito diferente da que ela vivia em casa, sendo que ela passa a sofrer diversos tipos de abusos.

Grace Marks como criada

Um dia, Grace é contratada pela governanta Nancy Montgomery para trabalhar na fazenda de Thomas Kinnear, o qual era mais liberal em relação aos seus patrões anteriores. Meses depois, a jovem é acusada de conspirar com James – o rapaz que trabalhava nos estábulos – e assassinar brutalmente o patrão e a governanta.

Nancy Montgomery e Thomas Kinnear

Apesar de as evidências e os depoimentos de James indicarem Grace Marks como culpada, nem mesmo o Estado estava convencido de que uma jovem com um olhar tão doce seria capaz de tamanha crueldade.

Grace no presídio

Após 16 anos cumprindo a sentença de prisão perpétua, os responsáveis pelo presídio pedem para que o psiquiatra Simon Jordan examine a jovem e decrete se ela é culpada ou inocente dos assassinatos. Porém, até mesmo o doutor passa a duvidar de sua capacidade de julgamento, uma vez que Grace ora parece dissimular os acontecimentos e sua participação neles, ora parece pura como um anjo – tocando, assim, o coração do jovem médico.

Doutor Jordan e Grace – Sim, rola um ‘climinho’! hehehe

A série possui narração em off da protagonista, o que é muito interessante porque nos faz chegar ao último episódio sem conseguir concluir se Grace é ou não culpada – a cada episódio eu tinha uma opinião diferente. A série tem apenas 7 episódios, com duração de, em média 43 minutos cada. Somando isso ao enredo envolvente, a série é perfeita para uma maratona! Ah, e o final é de cair o queixo! 
Depois de assistir, me conta qual foi seu julgamento sobre Garce Marks e se ele estava certo ou errado ;).

                                                      Trailer legendado:



Gabriele Sachinski

Resenha do livro: Como agarrar uma herdeira de Julia Quinn

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018


          Título original: To catch an heiress
           Editora Arqueiro
           Ficção Histórica/Literatura Americana
           Número de páginas: 292

Sinopse: “Quando Caroline Trent é sequestrada por engano por Blake Ravenscroft, não faz o menor esforço para se libertar das garras do agente perigosamente sedutor. Afinal, está mesmo querendo escapar do casamento forçado com um homem que só se interessa pela fortuna que ela herdou. Blake a confundiu com a famosa espiã espanhola Carlotta De Leon, e Caroline não vai se preocupar em esclarecer nada até completar 21 anos, dali a seis semanas, quando passará a controlar a própria herança milionária. Enquanto isso, é muito mais conveniente ficar escondida ao lado desse sequestrador misterioso. A missão de Blake era levar “Carlotta” à justiça, e não se apaixonar por ela. Depois de anos de intriga e espionagem a serviço da Coroa, o coração dele ficou frio e insensível, mas essa prisioneira se prova uma verdadeira tentação que o desarma completamente.”


Já falei várias vezes aqui que sou apaixonada por romances de época, em especial os da Julia Quinn, que é, sem dúvidas, a minha autora de romances de época favorita. Desde os Bridgertons, eu leio tudo o que essa mulher escreve – até a lista do supermercado dela, se isso caísse nas minhas mãos hahaha.


Ao ouvir romance de época e Julia Quinn, já imaginei belas casas de campo, salões de bailes e Londres. Além é claro, de mocinhos apaixonantes e protagonistas fortes e decididas. Mas fui surpreendida – não pela falta dos dois últimos itens, porque estes têm de sobra, mas pela ausência dos primeiros.


Caroline Trent é uma jovem órfã, herdeira de um rico comerciante, mas que não pode tomar posse de sua fortuna porque ainda não tem idade para isso. Sendo assim, a jovem é obrigada a viver com tutores, os quais se mostraram um pior que o outro. Eu só não decidi se ela é sortuda ou azarada, porque logo que ela vai morar com um tutor, este fica doente e morre (sorte dela ou azar deles?).


Só que dessa vez, o nível de seus responsáveis decaiu drasticamente e a jovem foi morar com Oliver Prewitt (e nem parente eles são) – um sovina que a tratava mal e que tinha planos (bem macabros e desonestos, inclusive) de casá-la com seu filho, Percy, a fim de ficar com toda a fortuna de Caroline. Como seu aniversário de 21 anos seria dali a poucas semanas, e temendo ser violentada, a jovem resolve armar um plano e fugir de casa.


É nessa fuga que ela é capturada por Blake Ravenscroft, um agente secreto da Coroa que a confundiu com uma perigosa espiã espanhola chamada Carlotta de Leon. Entre fingir ser quem não era e ficar segura com um agente britânico ou contar que não era quem ele estava pensando e ser obrigada a voltar a morar com Oliver, o que vocês acham que ela escolheu? Isso mesmo, a opção que renderia mais confusão, claro!


Depois de algumas cenas engraçadas e diálogos maravilhosos e irônicos entre Blake e Caroline é que ele descobre que a jovem não é, nem de longe a espiã que ele pensava que fosse. Porém, tocado pela história dela e vendo nessa situação uma oportunidade de investigar Oliver Prewit, que era suspeito de alta traição, Blake permite que Caroline fique escondida em sua casa até que complete seus 21 anos e possa assumir as rédeas de sua própria vida.


A convivência forçada entre os dois e os embates de personalidades rendem ótimas cenas: divertidas, sarcásticas, com muita confusão e, sobretudo, quentes. É claro que isso tudo levará ao sentimento mais belo (e supervalorizado) de todos os tempos: o amor.



“Paciência, disse Caroline a si mesma. Lembre-se: paciência. Mas, quando se guardava no peito um coração partido, era muito mais fácil falar do que fazer.” (pág. 259)

Mas, como sempre, nem tudo são flores. Isso porque ao passo que Caroline é decidida e independente, daquelas que não deixam obstáculo nenhum vencerem-na, Blake é super protetor e arredio, preferindo fugir de seus sentimentos – já que da última vez que se entregou ao amor, tudo acabou de forma brutal.  Enquanto Caroline sente-se segura de seus desejos e de seus sentimentos, Blake luta com todas as suas forças para manter-se afastado da jovem e de todas as sensações que a simples presença dela traz.

Mas até que ponto é possível fugir do amor? Só porque alguém não admite esse sentimento, ele não o sente? Até que ponto o passado é capaz de interferir no presente de alguém? Até onde você iria por alguém que te fez sentir-se como há tempos não se sentia? E o que você faria se sua amada fosse casar com seu melhor amigo só por que você não é capaz de assumir seus sentimentos?

Essas perguntas que são respondidas pelo livro em meio a muita ironia, trapalhadas, espionagem, invasões, tiros e lágrimas.

A história é narrada em terceira pessoa e as páginas são amareladas. A capa está uma graça e a diagramação é simples, mas o livro todo traz um detalhe que me cativou: a cada novo capítulo temos a apresentação de uma palavra tal como um verbete de dicionário: sua grafia, significado e aplicação em um contexto. Essas palavras têm sentido no enredo, porque, além de fazerem parte de uma espécie de diário da protagonista, ainda exprimem o sentimento/ação que predomina todo o capítulo. Recomendo!!

Lembrando que “Como agarrar uma herdeira” é o primeiro volume da série “Agentes da Coroa” (livros independentes), já tendo o segundo volume. Como se casar com um marquês, sido lançado. Ansiosa para ler esse também :) 

Gabriele Sachinski

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