Título original: The Pope´s jews
Geração Editorial
Literatura estrangeira/Histórico
Número de páginas: 384
Sinopse: A II Guerra Mundial eclodiu na Europa. O exército nazista avança pelo continente anexando e massacrando, deixando o rastro de sangue que marcou o século XX. No Vaticano, o papa Pio XII observa os horrores dos combates e tem que definir a posição da Igreja perante o mundo. Mas ele não declara repúdio a Hitler nem se coloca ao lado dos Aliados — simplesmente silencia e a História lhe confere o título de papa omisso. Por trás do silêncio havia um segredo agora revelado por documentos oficiais secretos. Pio XII organizou uma ampla rede de ajuda humanitária para os judeus de toda a Europa. Sob orientação dele, padres e freiras arriscaram a vida fornecendo abrigo nos mosteiros e conventos a milhares de judeus. Pio XII doou ouro do próprio Vaticano para ajudar os judeus romanos e escondeu milhares deles em sua residência de verão, enquanto Roma era ocupada e bombardeada pelos alemães. Os judeus do papa é um dos melhores livros históricos já escritos. Baseado em uma rica pesquisa documental, é uma obra indispensável aos leitores que querem entender o que realmente aconteceu em Roma sob a liderança do injustiçado papa Pio XII.
Eu sou apaixonada por livros históricos e "Os Judeus do Papa" cumpriu seu papel com maestria porque mesmo falando sobre o Holocausto (que pode ficar repetitivo devido há quantidade de livros e filmes existentes sobre o tema), soube aproveitar um ponto pouco explorado e até mesmo desconhecido: a ajuda do vaticano para salvar os judeus.
Segunda Guerra Mundial e Holocausto são assuntos que me sensibilizam e sempre que posso, faço leituras, vejo filmes e documentários, pois acho importante conhecermos esse lado negro da história para que ele não se repita. O livro nos transporta para junto do Papa Pio XII e da Itália em época de guerra. Também acompanhamos a vida no Gueto dos judeus de Roma e como os nazistas foram cruéis.
"Os Judeus do Papa" é um livro que aborda como o Vaticano criou uma rede de proteção para os judeus com esconderijos em mosteiros, conventos, dentro dos muros do vaticano e na residência de verão do Papa, além de obter documentos falsos para que pudessem viajar para outros países. Além dos judeus, foram ajudados os aliados prisioneiros de guerra.
O Papa Pio XII é conhecido como o Papa complacente de Hitler e dos nazistas, por não os ter repudiado publicamente e nem ter declarado em qual lado da guerra estava. Porém, depois de ser revelados documentos secretos, descobriu-se que é mentira, pois Pio XII junto com membros católicos conseguiram armar um esquema de ajuda ao judeus de toda a Europa. Milhares de judeus conseguiram fugir da perseguição nazista e se salvaram.
Quando Roma começa a ser bombardeada e invadida pelos alemães, os judeus, principalmente, os que moravam no gueto viraram alvo para os campos de concentrações e morte. Para se protegerem, foram criados grupos de resistência que muitos habitantes participavam. A tensão da guerra estava por todos os lados. Também acompanhamos como o hospital judaico conseguiu esconder judeus com a criação de uma doença contagiosa inexistente e como a Gestapo contratou gangues de criminosos romanos para caçar judeus.
Existe muitos personagens envolvidos durante o livro e para ajudar, há uma lista dos principais com nome e sua função. Isso é ótimo para não se perder na leitura. Dentre eles, os que se destacaram foram: Irmã pascalina, confidente e governanta do Papa; Ugo Foa, presidente da comunidade judaica de Roma; Israel Zolli, rabino-mor de Roma; Herbert Kappler, chefe da Gestapo em Roma; Celeste Di Porto, judia e chefe dos panteras negras que caçaram judeus; e Monsenhor O´Flaherty, membro do Santo Ofício.
É maravilhoso saber que os judeus tiveram alguma chance de fugirem dos nazistas e que o Papa com sua influência mundial de líder da Igreja Católica, conseguiu construir uma rede humanitária que salvou milhares de vidas e, além de tudo, escondido dos alemães e do mundo. As guerras são manchas negras na história.
A narrativa está em terceira pessoa e nela conhecemos melhor Eugenio Pacelli, o Papa Pio XII, e sua rede de contatos tanto dentro da Igreja quanto fora dela. As pessoas que contribuíram para que a ação desse certo eram corajosas, pois quando eram descobertas, simplesmente eram mortas pelos nazistas. É triste saber que a maldade e o desdém com o próximo está presente desde sempre e que houve muitas compactuações com Hitler para exterminar os judeus.
A capa está linda com a moldura e os títulos em dourado brilhante e a foto montagem está fantástica. A diagramação está simples, mas tem iluminuras, fotos em preto e branco em um encarte no meio do livro e as páginas são brancas. No final do livro, tem uma extensa bibliografia e uma explicação sobre a fonte de pesquisa, mostrando que houve uma gigantesca pesquisa para a criação do livro. Sempre que leio sobre esse assunto fico chocada e triste, mas alivia saber que existem pessoas boas e que fazem o bem sem olhar a quem.
Recomendado para os amantes de livros históricos e para quem quer se aprofundar mais sobre a Segunda Guerra Mundial e sobre o Holocausto. Adorei!!!