Editora Geração
Literatura nacional/Reportagem
Número de páginas: 255
Literatura nacional/Reportagem
Número de páginas: 255
Sinopse: Neste livro-reportagem fundamental, a premiada jornalista Daniela Arbex resgata do esquecimento um dos capítulos mais macabros da nossa história: a barbárie e a desumanidade praticadas, durante a maior parte do século XX, no maior hospício do Brasil, conhecido por Colônia, situado na cidade mineira de Barbacena. Ao fazê-lo, a autora traz à luz um genocídio cometido, sistematicamente, pelo Estado brasileiro, com a conivência de médicos, funcionários e também da população, pois nenhuma violação dos direitos humanos mais básicos se sustenta por tanto tempo sem a omissão da sociedade. Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros da Colônia. Em sua maioria, haviam sido internadas à força. Cerca de 70% não tinham diagnóstico de doença mental. Eram epiléticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, gente que se rebelava ou que se tornara incômoda para alguém com mais poder. Eram meninas grávidas violentadas por seus patrões, esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a amante, filhas de fazendeiros que perderam a virgindade antes do casamento, homens e mulheres que haviam extraviado seus documentos. Alguns eram apenas tímidos. Pelo menos 33 eram crianças.
Esse é um livro-reportagem e desde que vi a sinopse dele me interessei na leitura porque em primeiro lugar sempre é bom conhecermos o nosso passado e um livro-reportagem é excelente para isso e em segundo lugar porque o assunto é chocante. Como o próprio título já diz é sobre o holocausto brasileiro que ocorreu em Barbacena/MG no maior hospício do Brasil: o Colônia. Lá morreram cerca de 60 mil pacientes que eram tratados pior que animais, em uma época que ter problemas psicológicos era uma sentença de morte.
O Colônia acabou virando um depósito de gente onde 70% dos internos não tinham problemas mentais. Eles eram alcoolistas, epiléticos, meninas grávidas estupradas por seus patrões, prostitutas, gente que se rebelava, gente que se tornava incômoda para alguém com mais poder, homossexual, tímidos, filhas solteiras de fazendeiros que não eram mais virgens, gente que não tinha documento ou seja quem eram considerados a escória da população, triste isso porque não tinha critério médico nenhum. O Colônia foi fundado em 1903, mas o período da barbárie ocorreu entre 1930 e 1980 onde se praticava as torturas e os maus-tratos como a lobotomia (procedimento horroroso em que se furava o cérebro através do olho) e os choques elétricos. Teve época em que morria 16 pessoas por dia por causa de fome, de frio, de doença e de maus-tratos. Mais de 1.800 corpos foram vendidos para faculdades de medicina em todo Brasil, ou seja, eram tratados como mercadorias e viravam lucro até depois de mortos, sem nenhum respeito.
O Colônia acabou virando um depósito de gente onde 70% dos internos não tinham problemas mentais. Eles eram alcoolistas, epiléticos, meninas grávidas estupradas por seus patrões, prostitutas, gente que se rebelava, gente que se tornava incômoda para alguém com mais poder, homossexual, tímidos, filhas solteiras de fazendeiros que não eram mais virgens, gente que não tinha documento ou seja quem eram considerados a escória da população, triste isso porque não tinha critério médico nenhum. O Colônia foi fundado em 1903, mas o período da barbárie ocorreu entre 1930 e 1980 onde se praticava as torturas e os maus-tratos como a lobotomia (procedimento horroroso em que se furava o cérebro através do olho) e os choques elétricos. Teve época em que morria 16 pessoas por dia por causa de fome, de frio, de doença e de maus-tratos. Mais de 1.800 corpos foram vendidos para faculdades de medicina em todo Brasil, ou seja, eram tratados como mercadorias e viravam lucro até depois de mortos, sem nenhum respeito.
Pelas fotos e vídeos tirados naquela época que denunciaram esse crime e pelos relatos dos sobreviventes, os pacientes se igualavam aos prisioneiros dos campos de concentrações nazistas, já que quando chegavam eram por um trem abarrotado chamado “Trem dos doidos” e lá era retirado tudo que traziam para colocarem um uniforme fino para o frio de Minas Gerais. Os homens raspavam a cabeça e não eram mais chamados pelo nome. Quem chegava lá, era deixado a própria sorte com a comida parecendo uma lavagem de porco, com fezes e urina em todos os lugares, doentes com moscas no corpo e muitas vezes tendo que comer ratos e tomar a água do esgoto que percorria o pátio, além das sessões de tortura com os banhos gelados à noite e os choques elétricos. E na maioria do tempo ficavam nus ou em trapos porque não tinham roupas. Os mais fortes eram escravizados.
Para mim foi chocante saber dessa situação e o mais impressionante é que as autoridades e a população fecharam os olhos para essa barbárie durante quase um século, enquanto homens, mulheres e crianças eram abandonados pela família e pela sociedade passando por situações desumanas. Os poucos sobreviventes ficaram confinados durante muitas décadas e quando saíram tiveram que aprender tudo como uma criança, já que não sabiam como fazer a higiene pessoal e se portar com a liberdade adquirida tardiamente.
A narrativa do livro é dividida em terceira pessoa para contar os relatos dos sobreviventes e de quem testemunhou o período e em primeira pessoa quando a Daniela expõe sua opinião. A capa é composta por fotos reais e a diagramação está super caprichada com dezenas de fotos tiradas na época, principalmente, pelo fotógrafo Luiz Alfredo. Também assisti o documentário feito por Helvécio Ratton sobre Colônia que se chama "Em nome da razão" (vou deixar no fim do post junto com o book trailer). As imagens são chocantes e nos ajudam a compreender a dimensão da barbárie que foi e do sofrimento que essas pessoas passaram.
É triste saber que o ser humano pode ser tão cruel com o seu semelhante e que chegou nesse ponto a desumanidade contra os que eram considerados anormais. Foi um período negro da história do Brasil e mesmo com o avanço da medicina ainda tem lugares que não aboliram totalmente essa prática contra os doentes mentais, um absurdo.
Hoje existe o museu da loucura numa antiga instalação do hospício e serve como um lembrete terrível dessa época. Quero parabenizar a Daniela por esse trabalho super bem feito e por não deixar que a memória dos mortos e da tragédia se perdesse pelo tempo, para que saibamos o horror que essas pessoas passaram e que não venha acontecer novamente.
Hoje existe o museu da loucura numa antiga instalação do hospício e serve como um lembrete terrível dessa época. Quero parabenizar a Daniela por esse trabalho super bem feito e por não deixar que a memória dos mortos e da tragédia se perdesse pelo tempo, para que saibamos o horror que essas pessoas passaram e que não venha acontecer novamente.
Fotos do Tragédia
Homens e mulheres eram mantidos nus. Foto: Luiz Alfredo (1961)
Esgoto a céu aberto era fonte de água para internos. Foto: Luiz Alfredo (1961)
Sivio Savat, ex-menino de Barbacena, fotografado em 1979, confundido com um cadáver. Foto: Napoleão Xavier Gontijo Coelho
Internos vestiam trapos, mesmo no frio intenso de Barbacena. Foto: Luiz Alfredo (1961)
Revela cenário de horror de Hospital Colônia. Foto: Luiz Alfredo (1961)
Creio que a leitura além de essencial deve ser um pouco chocante. A forma como essas pessoas eram tratadas é desumano.
ResponderExcluirAinda não conhecia o livro, mais gostei. Vele super a pena ler.
Beijos.
Oi Dany,
ExcluirÉ chocante sim, um absurdo o que ocorreu.
O livro é muito bom.
bjs
Joyce, confesso que me deu uma sensação ruim ler sua resenha. Não que esteja ruim, esta ótima, mas eu não sabia "nada" sobre esse tema .-. Eu fiquei embasbacado, pq é um tema tão forte, né? Mas como vc disse, eu leria justamente pra me informar, pq é importante. To chocado, confesso. Muito triste, mas valeu a pena me informar um pouco.
ResponderExcluirBeijos
Descobrindolivros.blogspot.com.br
Oi Lucas,
ExcluirEu também não conhecia o assunto e fiquei chocada com tudo o que li.
É importante conhecermos a nossa história. Fiquei triste com a crueldade com que as pessoas foram tratadas.
Vale super a pena ler.
bjs
Boa tarde Joyce,
ResponderExcluirGosto muito de livros assim, pois nos ensina muito, apesar de relatar o sofrimento injusto de muitas pessoas, quero ler esse livro...parabéns pela resenha....abraços.
devoradordeletras.blogspot.com.br
Oi Marco,
ExcluirTambém gosto por esse motivo.
Obrigada
bjs
Amei a resenha, não conhecia o livro, parece ótimo
ResponderExcluirBeijos
http://segredosdacahlima.blogspot.com.br/
Oi Camila,
ExcluirObrigada
bjs
Esse livro parece ser bem forte e emocionante
ResponderExcluirNão conhecia, mas de cara me chamou atenção
Beijos
@pocketlibro
http://pocketlibro.blogspot.com
Oi Angela,
ExcluirEle é mesmo.
Que bom que gostou.
bjs
Não conhecia esse livro, parece bem forte mesmo. É triste ler sobre acontecimentos assim, humanos tratados feito lixo. Como você disse, vale a pena ler e se informar sobre o nosso passado.
ResponderExcluirhttp://nerdicesdeumagarota.blogspot.com.br/
Oi Andressa,
ExcluirÉ horrível saber que isso foi realidade. Que o ser humano pode ser tão cruel.
Sempre vale a pena conhecer o passado.
bjs
Eu simplesmente amo livros reportagem. Não conhecia esse e também desconhecia esse fato histórico que aconteceu no nosso país. Quero muito comprar o livro e ler...vale com certeza.
ResponderExcluirBeijos!
Paloma Viricio- Jornalismo na Alma.
Oi Paloma,
ExcluirEu adoro também. Leia que vocE vai gostar muito.
bjs
Oi...
ResponderExcluirNossa, gostaria de ler este livro.
E conhecer melhor esta história do Brasil.
Pode ter certeza que ele esta anotado na minha lista a partir de agora.
Muito bom.
Estou seguindo, e te convido a conhecer meu blog também.
beijos
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br
Oi Letícia,
ExcluirQue bom que gostou. Ele é ótimo.
bjs
Nossa, Joyce, chocante é pouco! eu sabia que existiam hospícios onde internavam os "rebeldes ou diferentes da sociedade", vi uma vez numa novela uma jovem que foi internada porque era muito questionadora e tal. Mas nunca imaginei que a coisa fosse tão séria, e para quem só vê as fotos, sem ler o título ou sinopse do livro, vai achar mesmo que são fotos de algum campo de concentração da 2ª guerra.
ResponderExcluirParabéns pela resenha e as fotos escolhidas, ficaram ótimas
http://meumundinhoficticio.blogspot.com.br/
Oi Bruna,
ExcluirA situação foi séria mesmo. Parece um campo de concentração. Um horror.
Obrigada, que bom que gostou.
bjs
Meu Deus! que história mais chocante, eu não tinha nem idéia que algo assim aconteceu.
ResponderExcluirEu gosto muito de ler livros históricos, e esse eu não conhecia. e gostei de saber dele, irei procurar.
sua resenha ficou ótima!!
http://www.lostgirlygirl.com
beijos
Oi Michele,
ExcluirSuper chocante. Eu também gosto, ele é um livro reportagem com a história real.
Obrigada :)
bjs
Olá! Sem querer causar tumulto, mas vi uma resenha muito parecida com essa sua nesse link:
ResponderExcluirhttp://reikiafins.blogspot.com.br/2013/10/resenha-do-livro-holocausto-brasileiro.html
Os blogs são da mesma pessoa?
Oi Bárbara,
ExcluirNão tenho outro blog,
Já tomei as providências.
Obrigada por avisar!
bjs
Oi Joyce! No dia eu estava procurando opiniões sobre o livro e acabou aparecendo o seu texto e o outro e achei bem estranho, por isso fiquei um pouco preocupada, já que sei o quanto é chato quando ocorre "cópia". Enfim, que bom que resolveu. :)
ExcluirOi Joyce, desculpe-me, mas realmente sua sinopse estava uma tentação, mas eu fiz uma que também ficou boa, quando puder de uma lida na minha !!! E grata pelos comentários...e saiba que, de vez em quando, vou excursionar pelo seu blog pois realmente eu o adorei...Inclusive, assim que eu o encontrei, coloquei-o em meus favoritos...e hoje eu adicionei no face... Você é tão jovem e saiba que desejo-lhe sucesso pelo próximos 50 anos...pelo menos ...Bjs
ResponderExcluirOi Rosana,
ExcluirObrigada pelo carinho.
bjs
Vou ler este livro com certeza... Em relação aos extermínios ocorridos no nosso país, tomo a liberdade de indicar a obra "Seja Feita a Vossa Vontade" (detalhe: os autores são jornalistas americanos). O livro conta que nos anos 60, Nelson Rockfeller (multi milionário americano) se alia a Igreja Batista Americana para catequizar (leia-se exterminar) os índios brasileiros e extrair minerais (nióbio, principalmente) de suas terras praticamente de graça e com a conivência das nossas autoridades. Eles queria repetir a saga do domínio do velho oeste americano aqui no Brasil. Resultado: milhares de índios foram mortos com este propósito em pleno século XX. Parabéns e um abraço.
ResponderExcluirOi Lourenço,
ExcluirObrigada pela dica do livro, quero ler. Que horror!
bjs
Sera que isso acontecia somente naquele tempo ???.........É claro que não ainda acontece.....em pleno seco XXI
ResponderExcluirOi Yosef,
ExcluirInjustiças sempre acontecem, porém cabe a nós termos conhecimento para tentar evitá-las.
bjs
Acontecimento triste, mas que despertou minha atenção. Estou à procura do livro.
ResponderExcluirOi Eléina,
ExcluirLeia sim, vale muito a pena.
bjs
Joyce, boa tarde, tudo bem ?! Gostei da sua resenha, está legal e informativa, mas somente para ajudar, na maior humildade e sem querer lhe criticar negativamente, mas a palavra "estrupada" não existe, corrija lá, o correto é "estuprada".
ResponderExcluirObrigada pelo toque Thiago.
ExcluirEssa resenha me ajudou muito , eu li o livro e nesta resenha entendi melhor ainda , muito obrigada por ajudar <3 meu nome é aylla luisa e sou estudante da UFMS<3
ResponderExcluirQue bom que pude te ajudar Aylla <3
ExcluirObrigada
bjs
Oi, quais pontos você destacaria como principais?
ResponderExcluirMeu nome é Neiza e terminei de ler o livro hoje :*
Isso ocorria em Curitina, no Paraná a alguns anos atrás. Não faz muito tempo que o "Pineu", como era chamado esse local, foi abolido em Curitiba.
ResponderExcluirJoyce sobre o Holocausto, é verdade q Irmãs Vicentinas que "tomavam conta" do lugar? elas sabiam de toda essa tortura, angustia, sofrimento?
ResponderExcluirAcabei de ler o livro.
ResponderExcluirImpactante.