Título original: Splintered
Editora Novo Conceito
Literatura Estrangeira/Ficção/Fantasia
Número de páginas: 367
Sinopse: “Alyssa Gardner ouve os pensamentos das plantas e animais. Por enquanto ela consegue esconder as alucinações, mas já conhece o seu destino: terminará num sanatório como sua mãe. A insanidade faz parte da família desde que a sua tataravó, Alice Liddell, falava a Lewis Carroll sobre os seus estranhos sonhos, inspirando-o a escrever o clássico Alice no País das Maravilhas. Mas talvez ela não seja louca. E talvez as histórias de Carroll não sejam tão fantasiosas quanto possam parecer. Para quebrar a maldição da loucura na família, Alyssa precisa entrar na toca do coelho e consertar alguns erros cometidos no País das Maravilhas, um lugar repleto de seres estranhos com intenções não reveladas. Alyssa leva consigo o seu amigo da vida real – o superprotetor Jeb –, mas, assim que a jornada começa, ela se vê dividida entre a sensatez deste e a magia perigosa e encantadora de Morfeu, o seu guia no País das Maravilhas. Ninguém é o que parece no País das Maravilhas. Nem mesmo Alyssa...”
Eu sempre gostei da história de Alice no País das Maravilhas e também gosto muito da ideia das releituras dos clássicos. Então, ler esse livro foi unir o útil ao agradável.
Alyssa é tataraneta de Alice (sim, a Alice do País das Maravilhas) e convive com a maldição que atormenta todas as mulheres da família Liddell: ouvir as plantas e os insetos. Além disso, sua mãe, Alison, está internada há anos em um hospício devido a um incidente envolvendo ela, Alyssa, uma mariposa e uma tesoura de poda.
Al não gosta muito de visitar sua mãe, pois teme que aquele seja também o seu futuro. Além do mais, Alison parece não dizer coisa com coisa, mas talvez haja muito mais por trás dos seus ‘delírios’. Isso só Alyssa será capaz de descobrir.
Nossa protagonista só queria ser uma garota normal, dentro do possível: se formar, continuar a fazer seus mosaicos com insetos mortos e declarar-se para Jeb. Mas quando uma mariposa aparece em sua vida, algumas memórias ameaçam vir à tona. E então, surge a toca do coelho.
Alyssa entra no País das Maravilhas e percebe que lá nem tudo é como Lewis Carroll descreve em seu livro. Na sua ‘viagem’, Al acaba por levar Jeb consigo e, juntos, eles enfrentarão diversas aventuras. Será que com essa proximidade, em um mundo estranho e sombrio, ela conseguirá revelar seus sentimentos?
“E aqui estou eu, a união de tudo isso. A luz e a escuridão ao mesmo tempo. Caso eu cedesse a um de meus lados, será que eu teria que abdicar do outro? Meu coração dói ao pensar nisso. De alguma maneira, sinto que preciso dos dois para estar completa.” (pág. 269)
Outro personagem de extrema importância para a trama é Morfeu, a Mariposa. Ele é uma criatura intraterrena (sobrenatural, nascida no País das Maravilhas) e (ex?) amigo de infância das mulheres Liddell’s, em especial de Alyssa, por quem tem sentimentos muito mais do que apenas amigáveis.
Em um País das Maravilhas distorcido, obscuro e até cruel, no qual as famosas criaturas de Carroll – A Lagarta, o Gato de Cheshire, a Rainha de Copas, o Coelho Branco e o Chapeleiro Maluco – não são nada do que parecem (muito menos como foram descritas no original), Alyssa fica sem saber em quem confiar. A única coisa que ela sabe é que precisa salvar aquele mundo, sua mãe e a si mesma. Talvez essa seja sua única chance de não ir parar numa clínica psiquiátrica.
Howard tem um estilo de escrita incrível. As cenas são super bem descritas e ricas em detalhes. A releitura que ela constrói do famoso clássico de Alice é simplesmente apaixonante. Até mesmo o triângulo amoroso foi muito bem construído.
Falando no triângulo, acho que os envolvidos merecem uma breve descrição. Jeb é o cavaleiro da armadura reluzente de Alyssa. Moreno, forte, lindo (se ela não quiser, eu quero hahaha) e capaz de despertar os melhores sentimentos em Al. O único probleminha é que ele é extremamente super protetor. Já Morfeu é sexy e sedutor, mas, sinceramente, na maior parte do tempo eu tinha vontade de estrangulá-lo. Podemos dizer que eles representam muito bem a confusão de Alyssa entre luz e escuridão, loucura e sanidade.
A narração é em primeira pessoa, com um ritmo leve e fluído, extremamente detalhista e sem ser cansativo. As páginas são amareladas e a diagramação é simplesmente linda, com flores intricadas no início de cada capítulo e detalhes sutis nas demais folhas. Faltam-me adjetivos para descrever essa capa: maravilhosa, espetacular, fantástica, de tirar o fôlego... Não sei! Só sei que sou apaixonada por ela.
Super recomendo a leitura. Só aviso que é bom você começar a lê-lo quando tiver tempo porque depois que começar, você não vai mais querer largar.
Favoritado! <3
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Gabriele Sachinski