Resenha do livro: Mais forte que o sol de Julia Quinn

sábado, 9 de junho de 2018


          Título original: Brighter than the Sun
           Editora Arqueiro
           Literatura Estrangeira/Romance de Época
           Número de páginas: 278


“Quando Charles Wycombe, o irresistível conde de Billington, cai de uma árvore – literalmente aos pés de Elllie Lyndon –, nenhum dos dois suspeita que esse encontro atrapalhado possa acabar em casamento. Mas o conde precisa se casar antes de completar 30 anos, do contrário perderá sua fortuna. Ellie, por sua vez, tem que arranjar um marido ou a noiva intrometida e detestável de seu pai escolherá qualquer um para ela. Por isso o moço alto, bonito e galanteador que surge aparentemente do nada em sua vida parece ter caído do céu. Charles e Ellie se entregam, então, a um casamento de conveniência, ela determinada a manter a independência e ele a continuar, na prática, como um homem solteiro. No entanto, a química entre os dois é avassaladora e, enquanto um beijo leva a outro, a dupla improvável descobre que seu casamento não foi tão inconveniente assim, afinal...”




Mais forte que o sol é o segundo volume da série Irmãs Lyndon, mas os livros são independentes, o que não torna pré-requisito a leitura do primeiro para entendimento do segundo (ainda bem, já que eu não havia lido o volume um, porém quero).

Eleanor Lyndon é uma jovem de 23 anos, filha de um vigário, com quem mora sozinha desde que sua irmã se casou com um conde. A mãe faleceu quando elas ainda eram pequenas, então as duas foram criadas pelo pai, um homem de bom coração, mas um tanto quanto severo. Ellie sempre ajudava o pai com os serviços paroquiais e mantinha a casa em ordem. Não reclamava de sua vida e sentia-se bem em ser uma “solteirona”. A única coisa com a qual não se contentava era em não poder realizar seus investimentos – e ela era realmente boa nisso – como ela mesma, tendo que usar outros subterfúgios para fazê-lo.

Bom, essa era a única coisa que a incomodava até a Sra. Foxglove, noiva de seu pai, resolver colocar as manguinhas de fora. Mesmo sem ter oficializado a união, a mulher já se sentia dona da casa e no direito de oferecer duas opções à Ellie: uma lista com afazeres domésticos abusivos ou uma lista com nomes de possíveis maridos (nenhum deles nem um pouco agradável: dentre os candidatos estavam um velho de 70 anos, um menino de 16 e um homem que não era certo da cabeça).

Por mais que a jovem tivesse lucrado com seus investimentos, não podia fazer uso deles para escapar da madrasta, pois naquela época não era permitido que a mulher controlasse suas próprias finanças.

Do outro lado, temos Charles Wycombe, a quem o pai havia deixado o condado Billington e uma grande fortuna. Porém, o falecido impôs uma condição: o novo cone deveria se casar antes dos 30 anos ou perderia toda a fortuna, ficando apenas com um título falido.

Os dois protagonistas estão entre a cruz e a espada, vendo-se obrigados a procurar um casamento que não desejam. Eis que, um dia, a solução cai do céu. Ou melhor, da árvore.

Mais bêbado que um gambá, Charles cai de uma árvore bem em cima de Ellie. A moça fica preocupada, mas também furiosa, com o homem que acabara de despencar sobre ela. Entre farpas e flertes, o casal parece ter se entendido razoavelmente. E, embora bêbado, o conde foi capaz de perceber que a jovem tinha uma inteligência e um humor refinado acima da média, o que poderia fazer dela uma possível boa esposa.

Claro que ele ainda precisaria descobrir se ela seria capaz de fazer vista grossa aos seus casos, já que o casamento seria de fachada, mas isso se ajeitava com o tempo, o importante era manter a fortuna. Decidido disso, o Conde de Billington pede Eleanor Billington em casamento.

“O senhor é bem exigente para alguém que tem apenas quatorze dias antes de perder a fortuna para sempre.” (pág. 43)

Mesmo não estando disposta em entrar em uma relação sem amor, Ellie se vê tentada a aceitar, pois deseja sua independência, o que parece ter conseguido barganhar em um acordo maluco com Charles. Alguns detalhes ajustados, três dias (e algumas poucas páginas depois) eles estão oficialmente casados.

Os dois parecem inclinados a manterem um bom relacionamento, de modo que o casamento não seja tão penoso. Porém, como são duas pessoas com personalidades fortes e línguas ferinas, a convivência entre eles parece ser quase impossível. Como se não bastasse, parece haver alguém no condado Billington que deseja ver Ellie em maus lençóis (porém, no lençol do marido ela recusa-se a deitar...), aprontando todas para cima da moça.

Como todos nós temos nossos lados bons, Charles e Ellie conseguem perceber, entre as discussões, nuances positivas nos cônjuges. Quando enfim conseguem conversar sem querer estrangular um ao outro, os dois pensam que talvez esse casamento apressado possa realmente dar certo. Isso, claro, se eles conseguirem se manter vivos até lá, pois há pessoas que parecem dispostas a acabar com as vidas deles (literalmente).

O final não foi nada surpreendente para mim, leitora de romances de época compulsiva, mas o livro me encantou pela forma como foi construído. O casal não fica se enrolando, são bem decididos e “fazem e acontecem”. Além do mais, os diálogos entre eles são maravilhosos, cheios de ironia, humor e tiradas inteligentes. Eu fiquei presa a esse casal como há tempo não ficava (ressaca literária rs).

Com uma narrativa leve e fluida, Julia Quinn nos transporta aos seus cenários maravilhosos da Londres aristocrática, nos faz ficar com um sorriso bobo no rosto e completamente apaixonados pelos personagens. Somando isso a uma diagramação caprichada e cuidadosa da editora, o resultado só podia ser um sucesso mesmo.

Então, se você ama romances de época, esse livro é para você. Se você está procurando uma leitura leve, rápida e divertida, esse livro é para você. Se você, assim como eu, está voltando ao mundo da leitura, esse livro é para você. E se você ainda não conhece os romances de época maravilhosos da Arqueiro, sem sombra de dúvidas, esse livro é pra você! <3

Gabriele Sachinski

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