Título original: Brighter than the Sun
Editora Arqueiro
Literatura Estrangeira/Romance de Época
Número de páginas: 278
“Quando Charles Wycombe, o irresistível conde de Billington, cai de uma árvore – literalmente aos pés de Elllie Lyndon –, nenhum dos dois suspeita que esse encontro atrapalhado possa acabar em casamento. Mas o conde precisa se casar antes de completar 30 anos, do contrário perderá sua fortuna. Ellie, por sua vez, tem que arranjar um marido ou a noiva intrometida e detestável de seu pai escolherá qualquer um para ela. Por isso o moço alto, bonito e galanteador que surge aparentemente do nada em sua vida parece ter caído do céu. Charles e Ellie se entregam, então, a um casamento de conveniência, ela determinada a manter a independência e ele a continuar, na prática, como um homem solteiro. No entanto, a química entre os dois é avassaladora e, enquanto um beijo leva a outro, a dupla improvável descobre que seu casamento não foi tão inconveniente assim, afinal...”
Mais forte que o sol é o segundo
volume da série Irmãs Lyndon, mas os livros são independentes, o que não torna
pré-requisito a leitura do primeiro para entendimento do segundo (ainda bem, já
que eu não havia lido o volume um, porém quero).
Eleanor
Lyndon é uma jovem de 23 anos, filha de um vigário, com quem mora sozinha desde
que sua irmã se casou com um conde. A mãe faleceu quando elas ainda eram
pequenas, então as duas foram criadas pelo pai, um homem de bom coração, mas um
tanto quanto severo. Ellie sempre ajudava o pai com os serviços paroquiais e mantinha
a casa em ordem. Não reclamava de sua vida e sentia-se bem em ser uma “solteirona”.
A única coisa com a qual não se contentava era em não poder realizar seus investimentos
– e ela era realmente boa nisso – como ela mesma, tendo que usar outros
subterfúgios para fazê-lo.
Bom,
essa era a única coisa que a incomodava até a Sra. Foxglove, noiva de seu pai,
resolver colocar as manguinhas de fora. Mesmo sem ter oficializado a união, a mulher
já se sentia dona da casa e no direito de oferecer duas opções à Ellie: uma
lista com afazeres domésticos abusivos ou uma lista com nomes de possíveis
maridos (nenhum deles nem um pouco agradável: dentre os candidatos estavam um
velho de 70 anos, um menino de 16 e um homem que não era certo da cabeça).
Por
mais que a jovem tivesse lucrado com seus investimentos, não podia fazer uso
deles para escapar da madrasta, pois naquela época não era permitido que a
mulher controlasse suas próprias finanças.
Do
outro lado, temos Charles
Wycombe, a quem o pai havia deixado o condado Billington e uma grande
fortuna. Porém, o falecido impôs uma condição: o novo cone deveria se casar
antes dos 30 anos ou perderia toda a fortuna, ficando apenas com um título
falido.
Os
dois protagonistas estão entre a cruz e a espada, vendo-se obrigados a procurar
um casamento que não desejam. Eis que, um dia, a solução cai do céu. Ou melhor,
da árvore.
Mais
bêbado que um gambá, Charles cai de uma árvore bem em cima de Ellie. A moça
fica preocupada, mas também furiosa, com o homem que acabara de despencar sobre
ela. Entre farpas e flertes, o casal parece ter se entendido razoavelmente. E,
embora bêbado, o conde foi capaz de perceber que a jovem tinha uma inteligência
e um humor refinado acima da média, o que poderia fazer dela uma possível boa
esposa.
Claro
que ele ainda precisaria descobrir se ela seria capaz de fazer vista grossa aos
seus casos, já que o casamento seria de fachada, mas isso se ajeitava com o
tempo, o importante era manter a fortuna. Decidido disso, o Conde de Billington
pede Eleanor Billington em casamento.
“O senhor é bem exigente para alguém que tem apenas quatorze dias antes de perder a fortuna para sempre.” (pág. 43)
Mesmo
não estando disposta em entrar em uma relação sem amor, Ellie se vê tentada a
aceitar, pois deseja sua independência, o que parece ter conseguido barganhar em
um acordo maluco com Charles. Alguns detalhes ajustados, três dias (e algumas
poucas páginas depois) eles estão oficialmente casados.
Os
dois parecem inclinados a manterem um bom relacionamento, de modo que o
casamento não seja tão penoso. Porém, como são duas pessoas com personalidades
fortes e línguas ferinas, a convivência entre eles parece ser quase impossível.
Como se não bastasse, parece haver alguém no condado Billington que deseja ver
Ellie em maus lençóis (porém, no lençol do marido ela recusa-se a deitar...), aprontando todas para cima da moça.
Como
todos nós temos nossos lados bons, Charles e Ellie conseguem perceber, entre as
discussões, nuances positivas nos cônjuges. Quando enfim conseguem conversar
sem querer estrangular um ao outro, os dois pensam que talvez esse casamento
apressado possa realmente dar certo. Isso, claro, se eles conseguirem se manter
vivos até lá, pois há pessoas que parecem dispostas a acabar com as vidas deles
(literalmente).
O final
não foi nada surpreendente para mim, leitora de romances de época compulsiva,
mas o livro me encantou pela forma como foi construído. O casal não fica se
enrolando, são bem decididos e “fazem e acontecem”. Além do mais, os diálogos
entre eles são maravilhosos, cheios de ironia, humor e tiradas inteligentes. Eu
fiquei presa a esse casal como há tempo não ficava (ressaca literária rs).
Com
uma narrativa leve e fluida, Julia Quinn nos transporta aos seus cenários
maravilhosos da Londres aristocrática, nos faz ficar com um sorriso bobo no
rosto e completamente apaixonados pelos personagens. Somando isso a uma
diagramação caprichada e cuidadosa da editora, o resultado só podia ser um
sucesso mesmo.
Então,
se você ama romances de época, esse livro é para você. Se você está procurando
uma leitura leve, rápida e divertida, esse livro é para você. Se você, assim
como eu, está voltando ao mundo da leitura, esse livro é para você. E se você
ainda não conhece os romances de época maravilhosos da Arqueiro, sem sombra de
dúvidas, esse livro é pra você! <3
Gabriele Sachinski
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