Editora Universo dos Livros
Literatura Brasileira/Ficção/Drama
Número de páginas: 299
Sinopse: Em Jogando xadrez com os anjos, a jovem Anny lutou bravamente por todos aqueles que ama, sempre encontrando forças no jogo de xadrez, que fora o último presente de seu pai. Agora, na continuação de sua jornada, a pequena inglesa deixa o país e, pela primeira vez, aventura-se no mundo à procura da família. Muitas descobertas a aguardam, mas também, novos desafios, que a levam a limites inimagináveis e a mistérios assustadores envolvendo aqueles que ela mais ama. Como sempre, Anny conta com a ajuda dos anjos de seu caminho, da terra dos sonhos, na qual é rainha, e das memórias do passado, que agora a assombram, ao mesmo tempo em que encorajam, e são como borboletas, sempre voando ao seu redor.
Atenção! Esta resenha contém spoilers de “Jogando xadrez com os anjos”!
Em Jogando xadrez com os anjos, Anny descobre que não está mais sozinha no mundo e que tem uma irmã mais nova que mora com seus avós paternos aqui no Brasil e vai embora da Inglaterra, buscando reencontrá-los. Em Dançando com as Borboletas, Anny, agora com 80 anos, nos conta como foi esse reencontro e como ela conheceu novos anjos em seu novo lar.
Quando Anny chegou ao Brasil em busca de sua família, mais precisamente na cidade litorânea de Santos, deparou-se com mais uma perda: seu avô Breno havia falecido. Sobrara, então, sua avó Dayse e sua irmã, Mariza, que a receberam de braços abertos e com muitas saudades.
A chegada de Anny foi uma espécie de tábua de salvação para Mariza, que parecia não saber lidar bem com as perdas, velhas companheiras de Anny. Aos poucos, uma linda amizade vai crescendo entre as irmãs e Anny vai se familiarizando com o novo cenário e com o novo idioma.
No volume anterior, ficamos sabendo do desejo que Anny tinha de ser dançarina. Ao contar desse seu sonho para sua avó, Anny é encorajada a correr atrás do que quer. Sem saber como começar, mas sabendo que não desistirá da dança, Anny arruma um emprego como professora de inglês e começa a estudar aqui no Brasil. Depois de terminar seus estudos, Anny dedica-se a perseguir seu sonho.
Em um teste para o Balé de Santos, Anny encantou a todos com sua leveza e graciosidade e foi aceita na companhia, na qual, por décadas, fez grande sucesso. Foi em uma de suas apresentações que ela conheceu Túlio, que viria a ser seu grande amor e também um dos anjos que cruzaria seu caminho.
“Ela sempre pensara que, após uma vida repleta de aprendizados, e também de muitas alegrias, seu coração já havia encontrado todos os motivos pelos quais sorrir. Estava enganada. Sempre é possível sorrir de uma forma nova. E foi exatamente o que aconteceu naquele instante.” (pág. 284)
Anny e Túlio vivem seu amor e, por milagre – já que os médicos diziam ser impossível ela ser mãe –, têm uma filha, Brenda. Pouco sabemos dela na história, visto que ela foi embora sem explicações, partindo o coraçãozinho puro e delicado de sua mãe.
Nossa dançarina sofre com muitas perdas, mas continua em pé, com um sorriso no rosto e no coração, ciente da efemeridade da vida aqui na Terra e acreditando que um dia reencontraria seus anjos, aonde quer que fosse. E é em um momento de solidão que mais um anjo, Miguel, aparece em sua vida.
Anny continua sonhando com o Reino Xadrez, mas os sonhos não são tão bons. Neles, o rei Jeferson grita incessantemente e nossa pequena rainha sai em busca de seu rei, para protegê-lo do que quer que o esteja assustando. Nessa busca, ela aprenderá ainda mais sobre si mesma e sobre sua força interior.
A narrativa mescla presente e passado, alternando entre primeira e terceira pessoas, já que ficamos conhecendo grande parte dos acontecimentos por meio das cartas que a solitária Anny escreve ao seu fiel cavalheiro, Pepeu. A capa está uma graça, com a pequena Anny ainda criança, nos cativando antes mesmo de começarmos a ler sua história. As páginas são brancas e a diagramação está primorosa, seguindo o padrão do volume anterior. Abaixo, tem uma foto para que vocês possam comprovar como a editora foi cuidadosa na elaboração desse livro.
Essa é uma história emocionante de perdas, superações, anjos, bondade e humildade, que me prendeu do começo ao fim, fez meu coração se apertar e se alegrar com essa linda protagonista e, algumas vezes, me levou lágrimas aos olhos. Além de tudo isso, me mostrou que mesmo que o céu esteja sombrio, sempre haverá uma borboleta azul dançando ao vento para nos lembrar do maravilhoso milagre da vida. Recomendo!
Gabriele Sachinski