Resenha do livro: Mar da Tranquilidade de Katja Millay

sexta-feira, 13 de março de 2015




              Título original: The sea of tranquility
              Editora Arqueiro
              Literatura estrangeira/Drama
              Número de páginas: 368


Sinopse: Mar da Tranquilidade - Nastya Kashnikov foi privada daquilo que mais amava e perdeu sua voz e a própria identidade. Agora, dois anos e meio depois, ela se muda para outra cidade, determinada a manter seu passado em segredo e a não deixar ninguém se aproximar. Mas seus planos vão por água abaixo quando encontra um garoto que parece tão antissocial quanto ela. É como se Josh Bennett tivesse um campo de força ao seu redor. Ninguém se aproxima dele, e isso faz com que Nastya fique intrigada, inexplicavelmente atraída por ele. A história de Josh não é segredo para ninguém. Todas as pessoas que ele amou foram arrancadas prematuramente de sua vida. Agora, aos 17 anos, não restou ninguém. Quando o seu nome é sinônimo de morte, é natural que todos o deixem em paz. Todos menos seu melhor amigo e Nastya, que aos poucos vai se introduzindo em todos os aspectos de sua vida. À medida que a inegável atração entre os dois fica mais forte, Josh começa a questionar se algum dia descobrirá os segredos que Nastya esconde – ou se é isso mesmo que ele quer.


Todos nós, em algum momento da vida, nos deparamos com situações horríveis e dolorosas, mas alguns já conhecem o lado negro desde crianças. Cada experiência traumática atinge diferentemente cada indivíduo, por isso não podemos julgar a dor do outro e como ele passa a viver após o trauma. "Mar da Tranquilidade" fala sobre isso, trazendo a tona histórias de vida pós tragédias e a superação dessa mancha em suas almas.

A história do livro é sobre o sofrimento e suas consequências sobre dois adolescentes. Eles se isolam do mundo com o intuito de serem esquecidos e por serem tão "ousados" na escola, acabam causando indiferença nas pessoas. Nastya e Josh são esse tipo de pessoa e por serem diferentes, acabam se aproximando e descobrindo que ter alguém ao lado é mais prazeroso do que enfrentar o mundo sozinho.

Nastya Kashnikov tem 17 anos e está morando com sua tia em outra cidade. Ela passou por um trauma tão grande há 2 anos que decidiu se privar da fala e só se comunica eventualmente pela escrita. Ela saiu de casa para fugir desse passado e tentar superar essa tragédia. Para isso, ela se veste ousadamente e carrega na maquiagem, evitando ser importunada na escola. Nastya sofre muito com o que lhe aconteceu, pois sua carreira de pianista foi dizimada, além de ter restado vários traumas físicos como sua mão esquerda defeituosa que é um lembrete do fatídico dia.

Josh Bennett também tem 17 anos e mora sozinho, pois toda a sua família, com exceção do avô, faleceu. Sua mãe e sua irmã morreram em um acidente de carro quando ele tinha 8 anos. Sua vida mudou drasticamente porque pessoas essenciais foram arrancadas repentinamente do seu convívio. Depois desse dia, seu pai nunca mais foi o mesmo e para ficarem mais juntos, Josh começou a aprender o ofício do pai: carpintaria. Fazer móveis é uma atividade que preenche sua vida até hoje. Seu pai morre depois de alguns anos de um ataque do coração. 

"Eu preciso dizer alguma coisa a ele, então digo o que sei que é verdade: - Às vezes eu esqueço como se respira." pág 259

Apesar de ser distinto o motivo do sofrimento dos dois, a solidão e as cicatrizes deixadas os une e eles passam a ter um no outro momentos de relaxamento e diversão. Como Nastya e Josh são os esquisitos da escola, ninguém dá muita bola para isso. O outro amigo de Nastya é Drew, melhor amigo de Josh. Ele tem fama de pegador na escola e seu objetivo inicial era seduzi-la, mas depois a amizade entre eles se fortalece e ele também será importante na vida dela.

A história é carregada de dor e podemos sentir na pele o sofrimento e a angústia de Nastya, porém só descobrimos a verdade por trás daquele dia ao final do livro. É muito chocante o que lhe aconteceu e ficamos pensando que também estamos sujeitos a passar por isso, infelizmente. Para desabafar, ela usa os cadernos e a corrida como uma válvula de escape, além de passar o dia ajudando Josh na sua oficina.

A narrativa está na primeira pessoa por Nastya e Josh, fazendo com que compreendamos profundamente os dois. Além disso, nos faz mergulhar e sentir na pele os seus problemas. Ela é crua, nua, direta e carregada de dor porque a vida de ninguém é um mar de rosas. A trama é tão boa e viciante que não nos deixa parar de ler a última página. O final foi perfeito, adorei.

O livro mostra que as feridas internas demoram ou nunca saram completamente, porém quando encontramos a pessoa certa que nos faz confiar inteiramente nela, nos entende e nos ama acima de tudo, o sofrimento pode ser amenizado e a vida pode continuar, apesar de tudo. É lindo ver que apesar das diferenças, Nastya a Josh descobrem semelhanças e se vêem como um porto seguro para o outro, porém eles sabem que essa relação não será fácil porque o passado sempre irá persegui-los.

A capa está bem legal e tem a ver com a trama. A diagramação é simples e as páginas são amareladas. Recomendo para quem é fã de drama e gosta de livros que mexe profundamente com o leitor. Mar da tranquilidade é um livro que nos mostra que todos merecem uma segunda chance. Super recomendo!


3 comentários:

  1. Querooo muitooooo ler esse livro.
    Só vi comentários megas positivos.
    Sua resenha está perfeita. Muito bem escrita.
    Ameiiiii

    Beijos

    Coleções Literárias

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  2. Oiee

    Tudo bem ?

    Já li este livro mas não consegui gostar tanto assim como você, não consegui entender o comportamento dos dois personagens e sei lá eles não me convenceram mas mostra que as vezes coisas ruins são necessárias acontecer para o nosso amadurecimento e que a vida se encarrega de trazer outras pessoas e coisas boas para sua vida.

    Beijos

    www.livrosechocolatequente.com.br

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  3. Olá Joyce tudo bem,

    Esse livro está na minha lisa de desejados e se já tinha interesse nele agora depois da sua resenha o meu interesse só aumentou, sei que é uma história profunda e gosto do estilo.....abraço.


    devoradordeletras.blogspot.com.br

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