Resenha do livro: Ligeiramente Maliciosos de Mary Balogh

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017




                Título original: Slightly Wicked
               Editora Arqueiro
               Literatura Estrangeira/Romance de Época 
               Número de páginas: 288


Sinopse: “Após sofrer um acidente com a diligência em que viajava, Judith Law fica presa à beira da estrada no que parece ser o pior dia de sua vida. No entanto, sua sorte muda quando é resgatada por Ralf Bedard, um atraente cavaleiro de sorriso zombeteiro que se prontifica a levá-la até a estalagem mais próxima. Filha de um rigoroso pastor, Judith vê no convite do Sr. Bedard a chance de experimentar uma aventura e se apresenta como Claire Campbell, uma atriz independente e confiante, a caminho de York para interpretar um novo papel. A atração entre o casal é instantânea e, num jogo de sedução e mentiras, a jovem dama se entrega a uma tórrida e inesquecível noite de amor. Judith só não desconfia de que não é a única a usar uma identidade falsa. Ralf Bedard é ninguém menos do que lorde Rannulf Bedwyn, irmão do duque de Bewcastle, que partia para Grandmaison Park a fim de cortejar sua futura noiva: a Srta. Julianne Effingham, prima de Judith. Quando os dois se reencontram e as máscaras caem, eles precisam tomar uma decisão: seguir com seus papéis de acordo com o que todos consideram socialmente aceitável ou se entregar a uma paixão avassaladora?  

“Ligeiramente Maliciosos” é o segundo volume da série “Os Bedwyns” e, na minha opinião, melhor do que o primeiro livro. Nesse volume, conhecemos a história de Judith Law e Rannulf Bedwyn. 

Judith Law é uma jovem de 22 anos, filha de um reverendo de uma cidadezinha pequena, que se vê obrigada a oferecer-se para ir morar na casa de sua tia rica a fim de ser uma espécie de criada de luxo, já que seu irmão, Bramwell Law, gastou todo o dinheiro da família tentando manter uma vida de luxo, muito além de suas possibilidades.

Em uma curva do caminho, a diligência em que Judith estava acaba tombando, devido à chuva e às condições da estrada enlameada. Nesse momento, aparece nosso herói, Lorde Rannulf Bedwyn, que se oferece para levar Judith até a cidade mais próxima e mandar ajuda para os passageiros que ficaram. Pensando em seu futuro como provável solteirona, ela aceita o convite de Ralf.

Sabendo que seu comportamento não é adequado e que seria repreendida por seu pai, ela decide se apresentar como Claire Campbell, uma atriz confiante e independente. Mas ela não é a única a esconder sua verdadeira identidade, pois Rannulf se apresenta como Ralf Bedard. Desde o início, ambos se sentem atraídos e por duas noites e um dia, eles se entregam aos seus desejos.

Mas Judith sabe que não conseguirá manter a farsa por muito tempo e acaba fugindo de seu sonho encantado na primeira diligência que passou pela estalagem em que estavam hospedados. Dessa vez sem incidentes, ela chega à casa dos Effinghams, onde é reprimida por sua demora. Além disso, sua tia desmancha as pregas dos vestidos de Judith a fim de esconder as formas avantajadas da moça e também a obriga a usar uma touca que cobriria os belos cabelos ruivos de Judith – tudo isso para que ela não apagasse o brilho de sua prima, a (sem sal) Srta. Julianne Effingham. 

O tempo todo, Judith relembra os momentos em que passou junto com Ralf, mantendo vivas as lembranças daqueles vívidos momentos. Mas seu sonho roubado, como ela mesma chamava sua aventura, estava prestes a se misturar com sua realidade, pois Lorde Rannulf Bedwyn estava se dirigindo até a propriedade dos Effinghams para cortejar Julianne, a pedido de sua avó, Lady Beamish (que estava muito doente e de quem Ralf é herdeiro). 

“Essa foi a grande surpresa desses dois meses: o amor não é físico, mental ou emocional. É maior do que qualquer uma dessas coisas. É a verdadeira essência da própria vida, não concorda? Esse grande mistério que não se pode expressar, que passamos a compreender melhor através da descoberta do ser amado.'' pág. 280

Logo que os dois se encontram, as máscaras caem e os sentimentos voltam. Apesar do que sente, Ralf sabe que o que se espera dele é que se case com Julianne, pois ela é de classe alta e a união entre as duas famílias poderia ser lucrativa para todos. Mas a moça parece não ter nada na cabeça a não ser se engrandecer de si mesma e sua beleza. Já Judith é tudo o que ele poderia desejar, só que pobre...

Além dessas questões, nossos heróis ainda precisarão se livrar de armadilhas e intrigas causadas pelos Effinghams e enfrentar seus próprios princípios e suas famílias antes de se entregarem a um “felizes para sempre”.

Uma coisa que mais gostei nesse livro foi a forma como a protagonista constrói sua autoestima. Desde criança, Judith foi educada para acreditar que era feia, pois tinha cabelos cor de cenoura, sardas no nariz e uma covinha na bochecha. Seu pai sempre foi muito rígido e culpava a filha pelos olhares maliciosos que ela recebia dos rapazes. Tudo isso faz com que ela praticamente não tenha autoestima e é muito bom ver a maneira como os outros personagens – principalmente a avó de Judith, Ralf e Lady Beamish – a ajudam a se descobrir e a ser mais confiante.

A história é narrada em terceira pessoa, as páginas são amarelas e a diagramação é simples, seguindo o mesmo padrão do volume anterior. A capa, como sempre, está linda e delicada. Assim como no volume um, Ligeiramente Casados, senti falta da presença dos demais Bedwyns e da interação entre os irmãos o que poderia ser mais bem explorados na história. Apesar disso, estou gostando bastante da série e quero ler logo o próximo volume.


Gabriele Sachinski

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