Resenha do livro: Arena 13 de Joseph Delaney

segunda-feira, 24 de outubro de 2016


         

               Título original: Arena 13
           Editora Bertrand Brasil
           Literatura Estrangeira/Ficção
           Número de páginas: 319


Sinopse: “Leif tem uma única ambição: tornar-se o melhor lutador da famosa Arena 13. Lá, os espectadores apostam em qual lutador vai derramar sangue primeiro. E, em ajustes de contas, apostam em qual lutador vai morrer. Mas a região é aterrorizada pelo Hob, um ser maligno que se deleita torturando a população e exibe o seu poder devastador desafiando combatentes da Arena 13 a lutas até a morte quando bem entende. E isso é exatamente o que Leif quer, pois ele conhece bem os crimes de Hob. E, no cerne da sua ambição, arde o desejo de vingança. Leif procura revanche contra o monstro que destruiu a sua família. Mesmo que isso lhe custe a vida.”

Arena 13 é o primeiro volume da trilogia de mesmo nome. Nesse livro, começamos a conhecer o universo e as personagens criadas pelo autor. O final não é o esperado com base na sinopse, mas nem poderia. Afinal, ainda teremos mais dois livros. Até que eles sejam publicados, vamos fazendo nossas apostas.

A história se passa na terra de Midgard, mais especificamente na cidade de Gindeen, a única cidade da região. A terra é assombrada pelo Hob, um djinni malévolo que caça humanos para sugar seu sangue e, às vezes, a alma. Para piorar, é capaz de ter vários ‘eus’, ou seja, é quase impossível matá-lo. O que movimenta a economia da região são as lutas que ocorrem nas arenas, numeradas de 1 a 13. A mais famosa e perigosa é esta última, pois é lá que ocorrem os duelos mais sangrentos e, ocasionalmente, os acertos de contas. 

É claro que os lutadores obedecem a certas regras. A intenção das lutas é cortar a carne humana e derramar sangue, nada de ferimentos graves e fatais. Isso só é permitido caso seja um acerto de contas ou um desafio feito pelo Hob. Nesses casos, os lutadores duelam até só restar apenas um vivo. 

As lutas na Arena 13, independente da categoria, ocorrem entre um Mag e um Min. Eles recebem esse nome devido à quantidade de simulacros (lacs) que possuem. Um Mag possui três (um Triglad), enquanto o Min possui apenas um lac. Esses lacs são criaturas humanoides, sem raciocínio ou consciência. Elas são treinadas pelos modeladores para obedecerem ao comando de seu lutador com base na linguagem Nym e por meio do Ulum, o qual consiste em um código individual transmitido por meio da batida dos pés do lutador.

Só homens podem lutar nas arenas. E, se esse é o seu desejo, precisam começar a treinar desde meninos. A escolha dos novatos se dá por meio de um sorteio. Alguém que tenha dinheiro compra o bilhete azul e dá para o menino. Se o bilhete for sorteado na loteria, ele terá o direito de receber o treinamento para lutar. Foi isso que aconteceu com Leif. 

“Então, não importa o que meu pai tenha sido na arena, porque depois daquela época ele mudou. O senhor fala sobre o meu pai como se ele fosse um herói, mas eu vi o outro lado dele. Era um covarde que deixou a minha mãe morrer.” (pág. 175)


O garoto nasceu em Mypocine, uma cidadezinha ao sul de Midgard. Sua mãe foi assassinada pelo Hob e seu pai se matou. O menino culpava seu pai pela morte da mãe, já que ele não tinha feito nada para impedir que aquilo acontecesse. Depois de órfão, foi morar em uma fazenda e trabalhava lá em troca de um teto e um prato de comida. Após três anos, venceu uma luta de bastão e, como prêmio, ganhou um bilhete azul, que acabou sendo sorteado. 

Como seu sonho sempre foi lutar na Arena 13, assim como seu pai, e enfrentar o Hob a fim de vingar-se da destruição de sua família, o menino vai para Gindeen à procura de Tyron, o melhor artífice (dono de equipes de lutadores) da região a fim de que ele o aceitasse na equipe e fizesse dele um discípulo. Fazer parte da equipe de Tyron foi o menor dos problemas que Leif teve de enfrentar, afinal, suas lutas estavam apenas começando...

A história é sangrenta, mas não é pesada. Depois que nos acostumamos com os termos criados pelo autor, a leitura flui bem. A narração está em primeira pessoa, na voz de Leif. As páginas são amarelas e a diagramação é simples, com capítulos não muito longos, o que contribui para a fluidez do texto. Uma das coisas mais legais do livro é o glossário presente no final, o qual explica diversos termos empregados na história. Além disso, a capa combina muito com a história e o fato do título estar em autorrelevo me agrada bastante.

Recomendo a leitura principalmente para aqueles que gostam de distopias e de histórias de gladiadores, pois a Arena 13 pode muito bem ser vista como uma releitura moderna das arenas de combate gregas.



                            Gabriele Sachinski

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