Resenha do livro: O Primeiro Telefonema do Céu de Mitch Albom

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015





                    Título original: The first phone call from heaven
                    Editora Arqueiro
                    Literatura estrangeira/Ficção
                    Número de páginas: 288


Sinopse: Numa sexta-feira comum, o telefone de Tess Rafferty toca. É sua mãe, Ruth, que morreu quatro anos antes. Em seguida, Jack Sellers e Katherine Yellin recebem ligações semelhantes, do filho e da irmã, também já falecidos. Nas semanas seguintes, outros habitantes de Coldwater afirmam que estão em contato direto com o além, e que seus interlocutores lhes pediram para espalhar a boa-nova ao maior número possível de pessoas. A mensagem é simples: o céu existe, e é um lugar onde todos são iguais. Em pouco tempo, correspondentes de diversos meios de comunicação aportam na cidade para transmitir os desdobramentos do fenômeno que pode ser o maior milagre da atualidade. Visitantes do país inteiro começam a surgir, as vendas de telefone disparam e as igrejas se enchem de fiéis. Apenas uma pessoa desconfia da história: Sully Harding, ex-piloto das Forças Armadas. Após quase morrer num desastre aéreo, perder a mulher e cumprir pena por um crime que não cometeu, ele não acredita num mundo melhor, muito menos após a morte. E quando seu filho pequeno começa a esperar uma ligação da mãe morta, ele decide provar que estão todos sendo enganados. O primeiro telefonema do céu é uma história de mistério e, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre o poder da conexão humana. Em uma narrativa que vai tocar sua alma, Mitch Albom prova mais uma vez por que é um dos autores mais queridos da atualidade. 


O que me atraiu no livro foi sua frase na capa: "Como você se sentiria se um dia recebesse uma ligação de alguém que ama muito - e que já se foi?". Há oito meses, eu perdi a minha irmã Jessica (posts sobre ela aqui) e eu me sentiria muito feliz e surpresa em ouvir sua voz, em tempo real, mais uma vez. Além disso, saber como ela está, como é o lugar que ela vive e o que ela faz lá não tem preço. Infelizmente, receber um telefonema dos nossos entes que já partiram não é uma opção tão concreta, mas não foi isso que aconteceu na cidadezinha de Coldwater.

Numa sexta feira qualquer, Tess recebe o telefonema de sua mãe,  Jack recebe o telefonema do filho e Katherine recebe o telefonema de sua irmã, todos falecidos. Além deles, outros habitantes começam a receber telefonemas de pessoas que faleceram e elas pedem para espalhar para o mundo que o céu existe, é um lugar de muita paz e amor e que vão para lá todas as pessoas que fizerem o bem na Terra. Esses telefonemas causam uma grande comoção na cidade e é claro que muita gente não acredita.

Pessoas de diversas religiões estão recebendo os contatos, então as autoridades religiosas estão trabalhando juntas. Como esse é uma situação nunca vista, os meios de comunicações invadem Coldwater para transmitir ao mundo esse fenômeno. A primeira repórter que chega na cidade é Amy, uma jornalista que quer crescer na carreira e acredita que essa reportagem não irá lhe acrescentar nada, mas ela estava enganada porque a matéria tem uma repercussão mundial e é a sua grande chance de ser conhecida.


"É preciso recomeçar de novo. É o que dizem. A vida, no entanto, não é um jogo de tabuleiro, e a perda de uma pessoa querida nunca é como "recomeçar um jogo". É, acima de tudo, "continuar sem". pág 17

Sully não acredita nesse fenômeno. Ele é um ex-piloto das Forças Armadas que no mesmo dia quase morreu em um acidente aéreo e sua mulher falece em um acidente de carro enquanto estava indo ao seu encontro. Para ajudar, ele é preso por um crime que não cometeu que deu origem ao seu acidente. Todas essas fatalidades fizeram com ele ficasse descrente com Deus e com a vida. Seu único consolo é seu filho de 7 anos que agora está esperando a ligação da mãe falecida, em seu celular de brinquedo. Por causa disso, ele quer provar que tudo não passa de uma mentira.

A cidade é invadida por peregrinos e se torna um lugar sagrado para procissão. As pessoas se aglomeram nos quintais das casas de quem recebe os telefonemas, esperam receber o contato de parentes falecidos, compram o mesmo modelo de celular de quem recebeu a ligação, etc. Muitas pessoas fazem disso um comércio, já que a cidade está abarrotada de gente, porém por outro lado tem pessoas que acreditam verdadeiramente no milagre. 

As ligações só acontecem as sextas-feiras e quem recebe fica colado ao telefone porque não quer perder nenhuma ligação. A história é uma mistura de mistério e reflexão sobre a vida. Ao mesmo tempo que fala dos telefonemas, vamos acompanhando a história de cada um dos familiares que recebe as ligações, além de suas histórias de vida, seus medos e angústias. O melhor é perceber que cada pessoa reage de uma maneira e que não importa sua origem ou status, todos querem receber algum conforto pelos parentes que se foram.

O final foi perfeito porque uniu a realidade com a espiritualidade e deixa uma mensagem de fé e esperança. Sully apesar de ser um homem sofrido, ainda pode reconstruir a vida. Adorei a forma que a mensagem foi transmitida para os leitores. A narrativa está em terceira pessoa,  é envolvente e fluída. Os capítulos são nomeados pelas semanas e dias que acontecem o fenômeno. A diagramação é simples e as páginas são amareladas. A capa está fofa, singela e linda. Amei o livro!


4 comentários:

  1. Puxa, amei a resenha, e quero muito ler esse livro!!!! Bjs

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  2. Amei a resenha, muito boa mesmo. E a sinops com certeza me convenceu.

    Vanessa
    Blog Closet de Livros

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  3. Com certeza Joyce esse é um livro que eu quero muito ler, sabemos que é surreal mas traz a certeza que o nosso coração acredita; que estamos ligadas para o todo sempre com a nossa estrela Jessica, claro que como você mesmo colocou: Receber um telefonema do céu onde ela hoje se encontra seria algo divinamente incomparável; mas a nossa realidade atual o trecho que voce destacou muito bem: cai com uma luva em tudo que estamos vivendo nesses 8 meses de saudade: É preciso recomeçar de novo. É o que dizem. A vida, no entanto, não é um jogo de tabuleiro, e a perda de uma pessoa querida nunca é como "recomeçar um jogo". É, acima de tudo, "continuar sem". pág 17 - Beijos minha filha!!! Te amo mais que tudo.

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  4. Olá pessoal! Oi Joyce,
    Só queria mesmo deixar registrado que finalmente terminei de ler o livro; por ser uma leitura que me identifico muito, talvez por estar passando pela situação dos personagens, a lição que o escritor deixou é surpreendente,e que realmente devemos fazer o que for possível e até o impossível para as pessoas que a gente ama, enquanto podemos estar ao lado delas, a nossa fé é a nossa esperança, o céu existe sim e é nesse céu que temos que conquistar com as nossas obras, para um dia estar junto de quem partiu antes de nós, todos os dias é como ouvisse a vós da Jessica dizendo... "" Mãe fica em paz, eu continuo a te amar"". Aí eu respondo "" Eu também filha, te amo pra sempre"".
    Joyce você é a minha primogênita, continuemos a caminhar juntos minha filha, pelo amor que nos uniu enquanto a Jessica esteve conosco e que por nenhuma distância poderá deixar de existir. Por que Ela continua viva em nosso coração. Beijos minha filha!!! Te amo muito.

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