Resenha do livro: Um Verão para Recomeçar de Morgan Matson

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018




           Título original: Second chance Summer
          Editora Novo Conceito
          Literatura Estrangeira/Ficção
          Número de páginas: 352


“A família de Taylor Edwards não é muito próxima – todos estão ocupados demais com seus afazeres -, mas, quase sempre, eles se dão muito bem. Quando o pai de Taylor recebe más notícias sobre a saúde dele, a família decide passar, todos juntos, o verão na casa do lago Phoenix. Fazia cinco anos que eles não passavam o verão naquele lugar, que agora parece bem menor do que antes. E, apesar da tristeza, os momentos em família os aproximam novamente. Além disso, Taylor descobre que as pessoas que ela pensou ter deixado para trás, continuam ali: sua ex-melhor amiga e seu primeiro amor (que está muito mais bonito do que antes). Com o passar do verão, e com os laços refeitos, Taylor e sua família tornam-se cada vez mais conscientes de que estão correndo contra o tempo diante da doença de seu pai. Mas, apesar de tudo, o aprendizado que fica é que sempre é possível ter uma segunda chance.”

“Um verão para recomeçar” conta a história de tantas famílias que, assim como a de Taylor Edwards, acaba se unindo por causa de uma tragédia. Quantas vezes nós mesmos não nos encontramos com nossos familiares somente em funerais? E então, somente nesse momento, percebemos o quanto perdemos em não nos aproximarmos daqueles que amamos?

O enredo gira em torno de Taylor e sua família, logo após receberem a notícia de que o pai, Robin Edwards, estava com câncer pancreático e provavelmente só lhe restaria o verão que se aproximava. Os Edwards ficam extremamente chocados e abalados com essa notícia, pois o pai não apresentava sinais de que estava morrendo – pelo menos não até aquele momento.

Como seu último desejo, o pai gostaria que a família toda viajasse para a casa deles no Lago Phoenix, a fim de passarem o verão juntos e retomarem uma antiga tradição que fora abandonada 5 anos antes – quando eles deixaram que outras atividades tomassem conta do tempo que eles passavam juntos.


“– Ele está com câncer – disse em voz alta pela primeira vez. Engoli em seco e me forcei a continuar, dizendo a palavra que eu nem ao menos conhecia até alguns meses atrás, e que agora odiava mais do que qualquer outra no mundo.” (pág. 202)


Claro que todos aceitam, embora ninguém mencione o que se passa na mente deles: o fim de cada dia desse verão significaria um dia a menos para seu pai. Para Taylor, essa viagem se mostra ainda pior, isso porque, há 5 anos, ela deixou assuntos mal resolvidos, chamados Lucy e Henry, no Lago Phoenix.

Já nas primeiras semanas do verão, as coisas parecem não poder piorar para Taylor, visto que Henry, seu ex-namorado, agora é seu vizinho e Lucy, sua ex-melhor amiga, é sua colega de trabalho. Para piorar, nossa protagonista é bem imatura, mesmo para uma garota de 17 anos, pois ela prefere fugir de seus problemas a ter que enfrentá-los. Porém, dessa vez, ela não pode fazer isso, pois, por mais que ela fuja, o câncer de seu pai permanecerá no mesmo lugar, levando-o aos poucos.

É bem interessante acompanhar o amadurecimento de Taylor com o decorrer dos fatos, pois ela consegue fazer da situação toda uma oportunidade de aprender com seus erros do passado e recomeçar.

Acredito que seja meio óbvio que a doença acaba por levar o pai dela, mas a forma com a qual a autora descreve a piora do quadro de Rob é bem realista e a dor de Taylor é palpável – me levando, várias vezes, às lágrimas.

O livro é muito bem escrito e envolvente, com narração em primeira pessoa, levando-nos a sentir o que a protagonista sente. O título está em relevo na capa, concedendo um charme especial ao volume. As folhas são amarelas e o livro é dividido em partes, cada uma delas com uma bela arte.

Eu mais do que recomendo a leitura desse livro, pois ele nos faz refletir sobre quantas vezes deixamos de aproveitar nosso tempo ao lado daqueles que amamos, e, principalmente, porque ele nos faz questionar sobre quantas vezes dissemos aos nossos pais o quanto os amamos, o quanto somos gratos por tudo o que eles fizeram por nós – afinal, a Taylor ainda teve um verão para se despedir de seu pai, mas quantos de nós sequer tivemos/teremos essa chance?

Gabriele Sachinski.

Um comentário:

  1. Gostei muito da sua resenha, ainda não conhecia o livro!

    https://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/

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