Resenha do livro: Insana - Meu Mês de Loucura de Susannah Cahalan

sexta-feira, 12 de junho de 2015




                Título original: Brain of fire
                Editora Belas-Letras
                Literatura estrangeira/Não-Ficção/Biografia
                Número de páginas: 304



Sinopse: Uma jovem jornalista com uma carreira promissora em Nova York se vê aprisionada em sua própria insanidade com uma doença que nenhum médico consegue diagnosticar. A rotina no jornal onde ela trabalha é substituída por inexplicáveis alucinações, surtos e ataques de paranoia - os mesmos sinais atribuídos a casos de possessão. Poderia se tratar de um episódio de House, mas é a história de Susannah Cahalan, que escreve o período de terror em que se transforma em desconhecida para si mesma e seus familiares. Sem poder contar com a memória para escrever sua reportagem mais difícil, Susannah recorre aos próprios rascunhos do período em que esteve doente, além de relatos de médicos, familiares, namorado e documentos para construir um drama psicológico sobre os caminhos misteriosos e assustadores do nosso próprio cérebro.

"Insana - Meu mês de loucura" é a biografia de Susannah, uma jovem de 24 anos que durante um mês sofre de uma doença praticamente desconhecida que quase arruinou sua vida. Sua saúde vira de ponta a cabeça e se não tivesse os médicos certos no seu caso, provavelmente ela não estaria viva para contar sua história. O corpo humano é uma máquina ultra complexa e quando uma pecinha passa a funcionar do jeito errado, o corpo inteiro padece. Graças a ciência moderna, as doenças que antigamente eram certeza da morte do paciente, agora dão uma chance de permanecerem vivos.

Susannah é uma repórter que ama o que faz e que apesar de estar em crise com sua criatividade, não se imagina fazendo outra coisa. Ela trabalha há muitos anos no New York Post e quer crescer dentro do jornal. Porém, de um dia para o outro tudo parece desabar. Nova York está em uma epidemia de percevejos e Susannah encontra duas picadas no braço. Ela fica neurótica com as picadas e quer se livrar de todos os possíveis percevejos, apesar do dedetizador não encontrar nenhum em sua casa.

Seus sintomas ficam mais abrangentes: ela tem alucinações, dormências no corpo, convulsões, dor de cabeça, formigamentos, insônia, entre outras. Ela fica muito preocupada e se consulta com vários médicos. Seus exames não mostram nenhuma alteração, mas ela continua se sentindo mal. Ela é encaminhada para o neurologista por causa do formigamento e das convulsões e o médico a diagnostica com estresse,  abstinência de álcool e esquizofrenia.

Sua personalidade muda totalmente. Ela fala coisas que não se lembra, não consegue se concentrar e depois de passar muito mal, seus pais a levam ao hospital, onde ela é internada as pressas na área neurológica. Os médicos fazem uma bateria de exames, mas não é detectado nada. Susannah fica lenta, com os membros duros, tem dificuldade para falar, escrever, com o olhar parado, não consegue raciocinar e tem convulsões. Ela quase é levada para a setor psiquiátrico.

"Finalmente ele sentou perto de mim na cama, virou-me para os meus pais e disse: - O cérebro dela está em chamas. Ele colocou minhas pequenas mãos nas suas, maiores, e se abaixou até o nível dos meus olhos. - Vou fazer tudo o que puder por você. Prometo que estarei sempre ao seu lado." pág 160

Sua família já estava desesperada e os médicos não sabem mais o que fazer. Seu estado de saúde piora a cada dia e se não descobrirem a doença, ela pode morrer inesperadamente. Susannaha passa de uma garota saudável, extrovertida, divertida e alegre para uma garota muda, catatônica, frágil  e triste. Sua situação é desesperadora. Se colocando no lugar dela, deve ter sido horrível tudo o que ela passou porque ela poderia ficar assim para sempre ou até mesmo morrer por uma doença desconhecida nos dias de hoje.

A sua salvação foi a presença de uma médico no seu caso: o dr. Najjar que foi quem a salvou de um destino cruel. Na época, ela foi apenas a 217º pessoa a ser diagnóstica com a doença de encefalite autoimune de receptor anti-NMDA no mundo, que de modo geral é quando o próprio corpo ataca o cérebro. Com isso, dá pra ter uma ideia de quantas pessoas morreram ou que tiverem seu diagnóstico equivocado. Susannah sempre esteve cercada de muito carinho e da presença de seus pais e de seu namorado que não a abandonou em nenhum momento. Seus pais ficaram dia e noite no hospital em busca de informações e da cura dela. A presença dos amigos também foi fundamental para sua recuperação.

Susannah teve uma recuperação lenta e difícil, mas conseguiu vencer todas as barreiras e reações da doença, tendo hoje ela tem uma vida normal. A sua biografia é muito importante para mostrar que ainda existem pessoas que são diagnosticadas errônicamente ou que existem doenças que são desconhecidas no meio médico, o que é assustador. Outro ponto importante é a complexidade do nosso cérebro, onde cada alteração pode afetar a parte motora, física ou emocional. Ela não tem lembranças do seu mês de loucura, por isso ela revê as imagens do hospital para recontar a sua história

A narrativa está em primeira pessoa por Susannah e é crua e nua. As páginas são amareladas e a diagramação é simples. A capa está bonita. Adoro ler biografias porque aprendo diversas lições de vida e com essa não foi diferente. Recomendo para quem gosta de ler sobre casos médicos, superação, doenças estranhas e sobre a fragilidade da vida. Adorei!

OBS: Previsto para a telas dos cinemas com produção de Chalize Theron e estrelado por Dakota Fanning.


3 comentários:

  1. Ooi, Joyce!

    Eu li esse livro e simplesmente adorei *---*
    Confesso que demorei mais que o esperado para terminar, rs, mas a história é muito interessante e a Susannah soube dosar bem as palavras. *-*

    Parabéns pela resenha :)
    Abraços,
    Tia War
    http://voceetaolivro.blogspot.com.br/

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  2. Já quero *o*

    http://harlancobenn.blogspot.com.br/

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  3. Minha filha teve essa encefalite anti nmda qdo tinha 6 anos. Passei por exatamente tudo, antes do diagnostico cheguei a procurar psiquiatra...É assustador

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