Resenha do livro: Invisível de David Levithan e Andrea Cremer

              Título original: Invisibility
              Editora Galera Record
              Literatura estrangeira/Romance
              Número de páginas: 322

Sinopse: Stephen passou a vida do lado de fora, olhando para dentro. Amaldiçoado desde o nascimento, ele é invisível. Não apenas para si mesmo, mas para todos. Não sabe como é seu próprio rosto. Ele vaga por Nova York, em um esforço contínuo para não desaparecer completamente. Mas um milagre acontece, e ele se chama Elizabeth. Recém-chegada à cidade, a garota procura exatamente o que Stephen mais odeia. A possibilidade de passar despercebida, depois de sofrer com a rejeição dos amigos à orientação sexual do irmão. Perdida em pensamentos, Elizabeth não entende por que seu vizinho de apartamento não mexe um dedo quando ela derruba uma sacola de compras no chão. E Stephen não acredita no que está acontecendo... Ela o vê! 

“Invisível” me encantou só com a sinopse. A história trás os dois temas que eu mais amo ler: romance e fantasia. Cada parágrafo surpreende e encanta o leitor, a trama mostra personagens singulares e fortes, junto com uma série de pensamentos e conflitos que nos levam a refletir junto com eles. 

Acredito que a história poderia ter uma continuação, cheguei até a imaginar os personagens em outras situações, mas infelizmente é um livro único. Eu tenho um péssimo hábito de ficar julgando a capa dos livros que compro e não foi diferente com esse, a capa dele tem cores vibrantes e as letras usadas pareciam ter sido rabiscadas, o que me agrada muito, pois pra mim, trás um ar mais pessoal ao livro.

Stephen é um adolescente invisível. No começo, achei que fosse uma referência ao fato dele viver numa cidade gigante que é Nova York e por isso se sentia excluído, mas não, por causa de uma maldição, ele é realmente invisível. Antes de ler, fiquei imaginando como deve ser difícil e solitário, já que não há contato visual com ninguém. A narrativa mostra sua rotina e como ele vive com a maldição. Stephen passa a maior parte do tempo observando a vida de outras pessoas. Como ele mesmo diz: “É como se estivesse num teatro, sozinho na plateia, e tudo mais estivesse acontecendo no palco”. O que mais me incomodou é que ele já havia se conformado com isso. Até encontrar Elizabeth.

Elizabeth surge inesperadamente. Ao contrário de Stephen, ela busca um pouco de invisibilidade, enquanto ele fica encantado com o fato dela conseguir vê-lo. Cheio de esperanças e dúvidas, ele resolve se aproximar dela e claro, os dois se apaixonam. Logo, a narrativa toma outro foco: o romance. Com diálogos emocionantes, os dois decidem ir atrás de respostas.

Com a ajuda de Laurie, irmão de Elizabeth, os três entram em uma rotina cheia de magia enquanto buscam pela cura da maldição e ao mesmo tempo fazem descobertas surpreendentes, que mudam o rumo da história. Outros personagens vão aparecendo aos poucos, cada um mais diferente e surreal que o outro, o que torna a história ainda mais envolvente. O que mais me agradou foi Elizabeth. Antes de se envolver com Stephen ela era só uma adolescente querendo fugir de tudo, mas aos poucos foi mostrando ser uma personagem forte e pronta para enfrentar qualquer coisa para defender quem ama. 

É muito interessante ver que há alguns capítulos em que Stephen narra e outros em que Elizabeth narra, deixando tudo muito dinâmico e divertido. Por ser escrito por duas pessoas aos poucos você vai começando a perceber qual dos dois escreveu o capítulo, se foi David ou Andrea. Não sei como foi a divisão, mas acredito que David tenha ficado responsável em narrar as partes de Stephen enquanto Andrea ficou com as partes de Elizabeth. Apesar de toda a fantasia presente no livro, “Invisível” não só trás ao leitor uma série de aventuras de tirar o fôlego, mas também, uma forma criativa de falar de sentimentos intensos pelos quais todos passamos e que, muitas vezes, não conseguimos combater. 

Isabelle Marques