Resenha do livro: Cisne de Eleonor Hertzog

                Editora Dracaena

                Literatura nacional/Infantojuvenil

                Número de páginas: 832

Sinopse: Ninguém sabe exatamente quais são os critérios de seleção da Escola Avançada de Champ-Bleux, mas não há como discutir sua eficácia. Seus exames de ingresso não erram nunca! Entre milhares de candidatos de todos os pontos da Terra, apenas duzentos e cinquenta são escolhidos a cada semestre. E, num mundo onde ser cientista é o maior status que alguém pode desejar, a Escola Avançada de Champ-Bleux forma aqueles que são disputados a peso de ouro. Doris e Henry Melbourne são cientistas formados por Champ-Bleux. Aparentemente, são biólogos marinhos. Aparentemente, suas vidas se centram no Cisne, barco de pesquisas onde moram com os filhos. E, também aparentemente, são terráqueos... Seus filhos acreditam em todas essas aparências – ao menos por enquanto. Seguindo os passos dos pais, os jovens Melbourne fizeram os exames de ingresso para Champ-Bleux. Enquanto, cheios de expectativa, aguardam os resultados para saber se ao menos um deles entrou na Escola Avançada, veem-se envolvidos numa questão diplomática entre Terra e Tarilian, o único outro mundo habitado que os terráqueos conhecem. Inesperadamente, o futuro das relações entre os dois mundos vai ser decidido em um barco no meio do oceano! Mal sabem eles que isso é apenas o começo... Logo precisarão decidir pela Terra inteira!

Finalmente terminei a leitura de Cisne e demorei um pouco mais do que costumo por causa de suas 832 páginas. Sim, ele é bem grande, mas a história é bem interessante, original e compensa a leitura. A história é sobre a família Melbourne que tem como integrantes: Henry e Doris, os pais e Ted e Teo que são gêmeos com 16 anos; Tim e Tom que também são gêmeos com 15 anos; Pam com 14 anos; Lis com 13 anos; Bobby com 8 anos e Peggy com 14 anos que foi adotada. Todos eles moram num veleiro solar de pesquisa chamado Cisne, já que Henry e Doris são biólogos marinhos e os filhos são a tripulação.

Todo ano eles param na cidade de Porto Alto e são muito bem recebidos, mas esse ano será diferente porque estão na expectativa de saber o resultado dos exames da Escola Avançada de Champ-Bleux, a melhor escola que forma cientistas da Terra onde estudaram Doris e Henry. Dos milhares de inscritos, somente 250 são escolhidos a cada semestre e só podem participar jovens de 13 a 18 anos. Todos os seis passam, menos Bobby, para espanto da família. Na cidade conhecem Jean, um garoto de 17 anos que é um repórter novato e tem a missão de fazer uma reportagem com a foca dourada que os Melbourne levarão para seu habitat natural.

Jean embarca como repórter terráqueo com os Melbourne nessa viagem e descobre muitos detalhes da vida da família. A Terra não é a única no espaço e o outro mundo habitado que conhecem é Tarilian que tem uma grande potência científica. Terra e Tarilian possuem muitos atritos e depois que o intercâmbio científico entre os dois mundos fica abalado, os Melbourne precisam conviver com dois estagiários e um repórter tariliano a bordo no Cisne para evitar algo pior, o que não não é tão simples assim, já que Giles, o repórter é insuportável e distorce tudo o que acontece no veleiro e Jean, sempre escreve com imparcialidade, o que não é considerado com bons olhos na Terra.

"Jean assobiou, admirado. Era o maior veleiro solar que já tinha visto! Começou a filmar bem quando as velas solares pararam de piscar, tornando todo o veleiro um só esplendor branco-prata que refletia o azul do céu." pág 31

Todos os irmãos são ótimos. Eu adorei Tim que é o mais engraçado e agitado, mas tem uma mente fantástica e Peggy que é super determinada e tem um passado bem importante. A família Melbourne é super unida e é muito legal acompanhar suas aventuras durante o livro, já que ela não é terráquea, mas os filhos não sabem. Durante a leitura também acompanhamos vários outros jovens que também vão para Champ-Bleux e que conviverão com os Melbourne. Adorei Anton e Michele, dei muitas risadas com eles.

O livro dá uma introdução por esse mundo a parte que pode ser considerado uma ficção científica que conta com outras regiões na galáxia, com os Atlantes e com elos e habilidades mentais entre outros. Cisne nos apresenta todas essas personagens e esse mundo bem diferente criado pela autora e que me agradou bastante. A narrativa está em terceira pessoa, mas apresenta bastante diálogos, deixando o livro mais dinâmico. As folhas são amareladas e a diagramação é simples. O ponto negativo da capa é que não possui orelhas e o desenho dá uma impressão de livro bem infantil, o que não é.

Dei 4 estrelas porque mesmo tendo muitas páginas, faltou mais ação e não tem cenas em Champ-Bleux, já que é a introdução da série. O próximo livro Linhagens será lançado na Bienal e estou curiosa para saber a continuação da história. Para quem curte livros infantojuvenis gostará bastante de Cisne, só tem que se preparar para seu tamanho.