Ella Editora
Romance/Literatura Brasileira
Número de páginas: 146
Sinopse: “Duda aprendeu que a vida não era fácil, mas nunca se deixou abater pelos obstáculos. Conhecida por sua personalidade ousada, ela valorizava sua própria liberdade acima de quaisquer sentimentos. A vida estava sempre sob seu controle... até seu sobrinho, o jovem tenista Igor, garantir-lhe que André, seu treinador, seria o “homem ideal” para ela. Duda não acha que precisa de qualquer relacionamento sério, aliás, aprendeu que o amor não existe para todos, especialmente não para ela. Por isso, tudo soava muito divertido quando Duda soube que finalmente conheceria o “tão mencionado” André; o problema é que o tal “homem ideal” era um babaca que parecia muito disposto a irritá-la. Agora, Duda precisará lidar com as expectativas românticas de seu sobrinho, a monitoria estressante de sua irmã mais velha, o confronto com seu próprio passado doloroso e a verdade de que nunca é tarde para aprender a amar.”
Maria Eduarda é fotógrafa e uma típica mulher atual, batalhadora, ousada, independente e com um temperamento forte. De brinde, ela tem uma cabeça dura e um medo gigantesco de se apaixonar, consequência da morte precoce de seus pais. Duda cresceu apenas com sua irmã, Mariana, a qual é um pouco controladora e não entende a forma livre com que sua irmã leva a vida.
Como vocês podem imaginar, Duda é vista como a tia maneira para qualquer garoto de 13 anos. Igor simplesmente adora sua tia e pede para que ela o fotografe no campeonato de tênis do qual irá participar. Atendendo ao pedido do sobrinho, Duda larga tudo e volta para o Brasil, justamente na época de carnaval.
Como prefere viajar de madrugada, o táxi de Duda acaba ficando preso em meio a uma turba de foliões retardatários. Vendo nisso uma ótima oportunidade para tirar algumas fotos, Duda desce do carro e vai para a rua. É então que ela conhece um cara tão ousado quanto ela, capaz de mexer profundamente com ela com apenas um beijo.
Não demora muito para Duda descobrir que o desconhecido arrogante que encontrou na madrugada é André, o treinador do seu sobrinho, exatamente quem Igor já havia afirmado ser o cara certo para ela, capaz de fazê-la abandonar sua ‘vidinha de balada’ e sossegar ao lado do amor da sua vida.
“Odiava pensar que, não importa o quanto amemos uma pessoa, um dia iremos perdê-la. Acho que por causa disso, sempre fechei meu coração aos homens e nunca me entreguei a uma paixão avassaladora. Tinha medo de me magoar e não estava a fim de perder mais ninguém. Queria ter a lembrança de sofrer por amor apenas por meus pais, pois essa já era uma dor grande e não estava disposta a suportá-la novamente.” (pág. 35)
A atração entre Duda e André é inegável, fazendo com que ela não encontre outra saída a não ser aceitar que está se apaixonando pelo cara mais irritante do planeta. Basta apenas uma noite juntos para que Duda crie coragem para enfrentar sua irmã e assumir seus sentimentos. Pelo menos, essa era a ideia, até que, na manhã seguinte, nossa protagonista é apresentada à Vitória, a esposa de André.
Revoltadíssima consigo mesma por cair na cilada do amor (ô palavrinha supervalorizada, né?), ela resolve reatar com Alex, um ex com quem Duda teve uma história um tanto quanto tumultuada. Mas, como todo mundo sabe, voltar com ex é como tomar banho e vestir roupa suja, Alex, apesar de ser um fofo, não é capaz de fazer com que Duda tire o cafajeste da cabeça.
Não vou ficar aqui querendo fazer suspense, quando é óbvia a maneira como a história termina. Porém, o caminho que Maria Eduarda teve que percorrer até engolir seu orgulho e admitir que talvez o amor pudesse realmente existir foi o que mais gostei na história. Entretanto, a evolução da Duda como personagem não condiz com a maturidade de suas atitudes: ela passa de uma mulher independente e de atitude para uma menina birrenta e malcriada, achando que todos têm a obrigação de fazer o que ela quiser, só porque ela finalmente resolveu assumir o que sente.
O livro é bem curtinho, então tudo acontece bem de repente e algumas pontas acabam ficando soltas, mas a história tem um final bem gracinha. A narrativa é escrita em primeira pessoa, as páginas são brancas e a diagramação é simples. Um ponto negativo foi a revisão do texto, pois tem alguns erros de língua bem comprometedores (tá, eu sei, sou insuportavelmente gramaticalista. Sorry). Contudo, de modo geral, Vanessa consegue demonstrar seu grande potencial, o que é simplesmente maravilhoso, pois a literatura brasileira carece de novos bons autores.
Enfim, se você está procurando um romance envolvente e rápido, O Treinador do meu Sobrinho será uma companhia agradável para uma tarde de domingo.
Gabriele Sachinski
Obrigada pela sua resenha e pelo carinho.
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